José Eduardo Cardozo
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José Eduardo Cardozo

Comentarista da CNN. Advogado e professor de direito da PUC-SP e ESPM/SP. Mestre e Doutor em Direito, foi ministro da Justiça e Advogado-Geral da União no governo de Dilma Rousseff

Cardozo: Cada vez mais o jovem tem que ser chamado para política

”Não é a idade que define, frequentemente, a experiência, a competência e o equilíbrio”

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O jovem tem que ser chamado para a política cada vez mais, afirmou o comentarista José Eduardo Cardozo no programa O Grande Debate desta segunda-feira (10).

“Não é a idade que define, frequentemente, a experiência, a competência, o equilíbrio. Nós vemos já pessoas com uma certa idade muito desequilibradas e vemos jovens bastante equilibrados e que poderiam melhor desempenhar as funções que a outra pessoa com mais idade”, opinou. "Eu gosto da tese de reduzir a idade, sim. Claro, eu acho que cada vez mais o jovem tem que ser chamado para política e ele tem condições de desempenhar funções de relevo."

“Eu cito um exemplo, o prefeito do Recife, João Campos. Ele tem se mostrado um excelente prefeito apesar da juventude. Uma pessoa equilibrada, ponderada, ou seja, por que ele não poderia disputar um cargo, como outros jovens equivalentes a ele na sua idade? Cargos eletivos como, por exemplo, de governador do estado de Pernambuco. Parece perfeitamente possível em tese”, prosseguiu.

O deputado Eros Biondini (PL-MG) espera protocolar, ainda nesta semana, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria dele, que reduz, para 30 anos, a idade mínima para candidatos ao Senado e à Presidência da República.

A medida beneficiaria políticos jovens, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), de 28 anos, que anseia pela disputa ao Senado em 2026, e o prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB-PE), de 31 anos.

“Vamos deixar daqui a cinco ou dez anos, duas ou três eleições, aí nós regularizamos isso, justamente para não sermos tentados pelo casuísmo, por aquela alteração em que a lei perde a sua dimensão de generalidade e eu passo a olhar o cidadão de carne e osso que eu quero auxiliar”, defendeu Cardozo.

“Eu acho que essa é uma discussão que deve ser feita com seriedade, com maturidade, olhando para o futuro. Nunca para a próxima eleição. Vamos colocar um gap de duas eleições para que eu possa fazer isso. Agora, enquanto tese, eu acho absolutamente adequada e oportuna”, concluiu.