Cardozo: Saída do PDT da base do governo era movimento esperado
O PDT, pelas suas raízes históricas, políticas e ideológicas, não deve ir para a oposição a Lula num cenário de polarização política que vive a sociedade brasileira , afirmou o comentarista José Eduardo Cardozo no programa O Grande Debate desta terça-feira (06).
"Na medida em que não houve a demonstração de que ele estaria envolvido na prática de atos de corrupção, mas a acusação que se faz -- que era ponto de ataque -- de que havia uma inércia na apuração, os deputados se sentiram incomodados e assumiram uma postura de solidariedade a Lupi, obviamente, que não dizem isso tão claramente", afirmou Cardozo.
Os deputados do PDT decidiram deixar a base aliada do governo depois de uma reunião, em Brasília. Agora, o partido deve adotar uma postura "independente". A principal razão do rompimento com Lula é a saída do presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, do Ministério da Previdência Social. Ele pediu demissão depois da repercussão em torno do escândalo da fraude bilionária do INSS contra aposentados e pensionistas.
Cardozo diz que será vista uma postura diferente entre a bancada de deputados e de senadores do partido. "O líder da bancada de senadores do PDT, o senador Weverton, indica que vai dialogar, vai fazer; mas não creio que efetivamente que vai existir no Senado algum tipo de rompimento. Isso indica que para um futuro as portas estão abertas para uma retomada do diálogo."
"Não vejo espaço político e ideológico para que o PDT, nem como uma força independente, nem como uma terceira via, nem se somando à oposição que hoje tem uma posição de direita mais radicalizada", complementou.