O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve conversar mais uma vez, nesta segunda-feira (12), com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, sobre o processo eleitoral na Venezuela. De acordo com auxiliares do Palácio do Planalto, a conferência está prevista para ocorrer à tarde.

Na reunião, Lula, Petro e Obrador deverão fazer uma nova avaliação na crise venezuelana e também discutir a possibilidade de conversas conjuntas tanto com o presidente Nicolás Maduro, declarado reeleito para um terceiro mandato de seis anos, quanto com o candidato da oposição, Edmundo González.

À CNN, fontes do governo brasileiro afirmam que as ligações só devem ocorrer se tanto Maduro quanto González toparem. Citam ainda uma dificuldade de conciliar a agenda dos presidentes, mas ponderam que o ideal é que as conversas com Maduro e González não demorem a acontecer.

Brasil, Colômbia e México têm se colocado como mediadores para buscar uma saída para o processo eleitoral venezuelano.

Em 1º de agosto, Lula, Petro e Obrador, após uma conferência, divulgaram uma nota conjunta pedindo que a Venezuela divulgue os dados desagregados da eleição após “controvérsias”.

“Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”, diz o comunicado.

Na quinta-feira (8), os governos de Brasil, Colômbia e México emitiram um segundo comunicado conjunto. Os países “reafirmam a conveniência de que se permita a verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio fundamental da soberania popular” e reiteram que “o respeito aos Direitos Humanos deve prevalecer em qualquer circunstância”.

O documento foi divulgado um dia após os chanceleres dos três países terem se reunido de forma virtual para discutir o assunto.

As autoridades de Brasil, Colômbia e México ressaltam que a apresentação dos resultados desagregados por mesa de votação é fundamental. Dizem ainda que ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão eleitoral da Venezuela, corresponde, por mandato legal, a divulgação transparente dos números.

Segundo os ministros, as nações “continuarão a manter conversas de alto nível e enfatizam sua convicção e confiança de que as soluções da situação atual devem surgir da Venezuela. Nesse sentido, reiteram sua disposição de apoiar os esforços de diálogo e busca de entendimentos que contribuam à estabilidade política e à democracia no país”.