Jussara Soares
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Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

Advogados fazem ajustes finais em manifestação sobre tentativa de golpe

Prazos para responder à denúncia da PGR terminam nesta quinta e sexta

Dos 34 denunciados, apenas a defesa do coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto já respondeu sobre a denúncia da PGR  • Valter Campanato/Agência Brasil
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Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 32 denunciados pela Procuradoria-Geral da República por tentativa de golpe de estado fazem os ajustes finais nas manifestações a serem apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os prazos se encerram nesta quinta-feira (6) e sexta-feira (7), dependendo do caso.

Nesta fase, as defesas respondem à denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, na tentativa de impedir que o processo seja desencadeado. A discussão agora é sobre a admissibilidade da denúncia, e não sobre o mérito.

Apesar de ser uma manifestação técnica neste momento, alguns advogados podem optar por antecipar uma linha de defesa no mérito. Sob reserva, alguns advogados disseram à CNN que avaliam já também indicar testemunhas.

Parte dos advogados deve alegar que não teve acesso integral às provas, comprometendo a defesa, além de citar que a acusação é genérica sem individualizar a conduta dos denunciados.

À CNN, a defesa do coronel Marcelo Câmara, acusado de fazer o monitoramento de Moraes, adiantou que pedirá o reconhecimento de suspeição do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF, e a redistribuição para outro ministro da Corte. O advogado Eduardo Kuntz disse que, se a denúncia for aceita, pedirá a absolvição sumária de Câmara.

Dos 34 denunciados, apenas a defesa do coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto já respondeu sobre a denúncia da PGR no âmbito da tentativa de golpe de Estado.

A defesa do coronel argumentou que ele não tinha intenções de participar de um golpe de Estado e que fez apenas “desabafos, sem chegar a ameaçar a paz social, isto porque eram privadas”.

As atitudes foram descritas como “bravatas” e as contestações sobre a segurança da urna eletrônica, segundo os advogados, eram “uma preocupação natural de milhões de cidadãos brasileiros, os quais eram, diariamente, (des)informados pela mídia interessada em ter a exclusividade, a notícia em primeira mão, ou bombardeados com informações duvidosas por fontes nem sempre idôneas”.