Após queda de avião, MPT recebe 2 denúncias sobre jornada de trabalho na Voepass
Queda de aeronave em Vinhedo matou 62 pessoas na última sexta-feira (9)
Duas denúncias sobre irregularidades condições de trabalho e jornada de aeronautas (pilotos e comissários) na Voepass já foram feitas ao Ministério Público do Trabalho (MPT) após a queda do avião ATR-72, em Vinhedo (SP), na última sexta-feira (9).
De acordo com o MPT, as denúncias serão distribuídas a um procurador e devidamente investigadas. Os aeronautas são funcionários que trabalham a bordo da aeronave, como piloto, copiloto e comissários, e são regidos por uma legislação específica.
Além desses procedimentos, o MPT, em Campinas, também instaurou nesta segunda-feira (12) um inquérito sobre o acidente do avião. Como mostrou a CNN, o órgão vai investigar jornada de trabalho dos quatro tripulantes que morreram no acidente aéreo, além das condições do avião que caiu.
Em 2018, a Voepass, antiga Passaredo, já tinha feito um acordo judicial com o MPT para evitar descumprimento de jornada de trabalho para aeroviários, neste caso empregados que trabalho em solo. Essa categoria inclui desde atendimento em guichês a mecânicos.
No acordo, a Voepass se comprometeu em:
- "abster-se de prorrogar a jornada normal de trabalho, além do limite legal duas horas diárias, sem qualquer justificativa legal;
- conceder um descanso semanal de 24 horas consecutivas, de modo que o dia a ser concedido para descanso não ultrapasse o sétimo dia consecutivo de trabalho;
- e conceder intervalo para repouso ou alimentação de, no mínimo, uma hora e, no máximo, duas horas, em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de seis horas".
A multa por descumprimento é de R$ 500,00 por trabalhador prejudicado.
De acordo com o MPT, recentemente foram recebidas denúncias relativas a irregularidades na jornada de trabalho para os aeroviários. Ainda segundo o órgão, elas foram juntadas no procedimento que acompanha o cumprimento do acordo judicial e serão analisadas individualmente.