Bolsonaro x Salles: ‘Brigam, mas voltam’, dizem aliados
Ex-presidente disse que ex-ministro está "viúvo" depois que virou "marçalete"
Afastados desde a campanha eleitoral em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Ricardo Salles (Novo) não devem ficar muito tempo estremecidos, apostam amigos de ambos. O ex-ministro do Meio Ambiente, segundo aliados, já faz gestos de aproximação com Bolsonaro.
As rusgas quer estavam nos bastidores ganhou volume após o ex-presidente, em entrevista à Folha de S.Paulo, diz que Salles está “viúvo” após ter virado “marçalete”, numa referência ao apoio dado ao deputado federal ao empresário Pablo Marçal (PRTB).
Bolsonaro, embora sem entusiamo, apoiou a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
“Logo o Salles, que lá atrás estava assim com o Alckmin [quando ele ainda era do PSDB e governava São Paulo], como secretário. Depois [João] Amoedo [ex-presidente do Novo], que depois diz que voltou no Lula. Depois ficou comigo, se elegeu graças ao Eduardo [Bolsonaro, também deputado federal]. Depois foi ser ‘marçalete’. Agora tá viúvo”, disse Bolsonaro à Folha.
O incômodo do ex-presidente é passa justamente pela ameaça da fragmentação da direita. Embora inelegível, Bolsonaro segue se colocando como candidato ao Planalto em 2026. O discurso ganhou força com a eleição nos Estados Unidos que levará Donald Trump novamente à Casa Branca.
Aliados disseram a CNN que Salles deve buscar contornar a situação, buscando uma aproximação. Lembram ainda que o presidente e o ex-ministro já tiveram outras divergências e que foram superados. E citam que ambos são impulsivos, mas se gostam.
Em publicação nas redes socais na quinta-feira (7), Salles disse que publicações na imprensa tenta desgastar a relação dele com Bolsonaro. E afirma que “há muito respeito pelo Presidente e seu legado, que muito fez, está fazendo e ainda fará pelo Brasil.”
“Opiniões pontualmente diferentes, às vezes, são normais, mas nossa gratidão, reconhecimento e respeito por ele estão acima disso, a despeito da futrica de alguns. O mundo começa a mudar com a vitória de Trump e a nós cabe fazer a nossa parte no Brasil, deixando essas bobagens de lado”, escreveu.