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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Detalhes sobre atuação de Braga Netto ajudaram Cid manter acordo de delação

    Militar confirmou reunião na casa do ex-ministro, mas disse que apenas "passou" no local e não sabe se discutiram sobre plano golpista

    Detalhes sobre a atuação do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, contribuíram para que o tenente-coronel Mauro Cid mantivesse os benefícios da delação premiada.

    Em audiência de três horas nesta quinta-feira (21), o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro respondeu a todos os questionamentos feitos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

    Antes de chegar ao STF, Cid foi alertado por familiares e pela defesa que esta seria a última oportunidade para esclarecer os pontos indicados pela Polícia Federal como omissos e controversos.

    Fontes relataram à CNN que Moraes fez perguntas objetivas.

    Questionou, por exemplo, a participação de Braga Netto na trama golpista e reunião sobre uma atentado contra o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio magistrado.

    Cid confirmou uma reunião na casa do ex-ministro. Mas disse a Moraes que teria apenas “passado” no encontro.

    O militar afirmou que, durante o tempo em que esteve lá, não foi tratado de nenhum sobre plano de assassinato.

    O ex-ajudante de ordens disse também que não tinha acesso a todas as reuniões. Por isso, tinha informações limitadas.

    O tenente-coronel, então, voltou a repetir que desconhecia o suposto planejamento de execução de Lula, Alckmin e Moraes. E insistiu que sabia apenas da trama que tentava criar um caos social, como a paralisação de caminhoneiros e acampamentos em frente de quartéis-generais.

    Moraes teria perguntado a Cid sobre as mensagens apagadas no celular em que tratavam sobre o monitoramento do ministro.

    O tenente-coronel alegou que sabia que o acompanhamento era feito na tentativa de flagrar algum encontro de Moraes com integrantes da campanha de Lula nas eleições de 2022.

    Outro lado

    “A Defesa técnica do General Walter Souza Braga Netto destaca e repudia veementemente, e desde logo, a indevida difusão de informações relativas a inquéritos, concedidas ‘em primeira mão’ a determinados veículos de imprensa em detrimento do devido acesso às partes diretamente envolvidas e interessadas. Assim, a Defesa aguardará o recebimento oficial dos elementos informativos para adotar um posicionamento formal e fundamentado”, diz comunicado da defesa do ex-ministro Walter Braga Netto.

    No total, 37 pessoas foram indiciadas, incluindo Bolsonaro.

    Eles são suspeitos de ter cometido os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e de organização criminosa.

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