Fim da escala 6×1: Bolsonaro diz que é preciso “jogar abacaxi” para Lula
Para ex-presidente, parlamentares que se colocarem contra PEC vão dão "tiro no pé"
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quarta-feira (13), que a direita não deve cair na “provocação” de se colocar contra a proposta da emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim da jornada de trabalho 6×1.
Segundo ele, é preciso “jogar o abacaxi” para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e cobrar uma posição do petista.
A declaração foi dada no evento que oficializou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como secretário de Relações Institucionais e Internacionais do partido. A plateia era composta por parlamentares e integrantes do partido.
Bolsonaro disse que não adianta se colocar contra a proposta de redução de jornada porque a maioria da população não vai entender. Nos últimos dias, parlamentares de direitas têm sido pressionado nas redes sociais por serem contrários ao projeto.
“Falei com alguns deputados, discursando, você tem razão, mas está dando um tiro no pé. Você combate uma picada de cobra com peçonha. Quem quiser colocar o peito para fora e fazer a coisa certa vai se dar mal. E nós que pretendemos fazer uma grande bancada em 2026 vamos levar uma pancada”, disse Bolsonaro.
O ex-presidente disse que o PT está querendo com a PEC 6×1 buscar uma sobrevida. A proposta que foi protocolada nesta quarta-feira é da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), aliada do governo Lula.
“Eles têm que renascer das cinzas. Como? Jogando um contra o outro. Qual a maior massa do Brasil? Empregado contra patrão. Muita cautela. Não adianta fazer notinha em jornal, editorial, discurso na internet, discuso na câmara. Cada discuso é uma areia movediça”, alertou.
Bolsonaro sugeriu como contra-ofensiva colocar na PEC “10 mil de salário mínimo” como provocação ao presidente Lula.
“Já que o PT quer resolver na canetada, por que não resolver a questão do salário-mínimo também. Por que não colocar na PEC R$ 10 mill o salário-mínimo? Vocês têm que provocar o chefe do executivo, que é da esquerda. Ele tem que se pronunciar sobre essa PEC. (…) Ele tem que ser o pai dessa criança e resolver a questão do salário mínimo. Jogar o abacaxi para ele resolver”, disse.
O presidente Lula tem se mantido distante das discussões. Até agora, não houve um comentário sobre a proposta que tem amplo apoio da bancada petistas. Interlocutores do Palácio do Planalto afirmam apenas que o tema está em avaliação. Porém, há uma preocupação em fazer um posicionamento sem dialogar com empregadores.
Fim da escala 6×1: o que diz PEC que propõe mudar jornada de trabalho