Lula defenderá soberania, mas deve evitar citar Trump no Chile
Encontro com líderes do Chile, Colômbia, Espanha e Uruguai debaterá ameaças à democracia e a desinformação
Em meio à escalada da crise com os Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tratará das ameaças à democracia e defenderá a soberania nacional na reunião de líderes no Chile nesta segunda-feira (21). Porém, evitará mencionar diretamente o presidente americano Donald Trump.
Sob reserva, integrantes do governo dizem que serão abordados os muitos temas que ameaçam a democracia, mas que ninguém deverá ser citado nominalmente.
Por outro lado, fontes diplomáticas observam que, embora não seja o tema central do encontro, é "inevitável" que tarifaço de Trump aos produtos brasileiros seja abordado ao longo a viagem ao Chile, tanto com os demais líderes, mas também em eventuais declarações à imprensa.
A expectativa é que Lula, em suas declarações, volte a fazer a defesa da soberania nacional, seguindo a linha adotada desde o início da crise.
Em pronunciamento na última quinta-feira (17), Lula classificou como "chantagem inaceitável" a aplicação de tarifa de 50% a produtos brasileiros pelos Estados Unidos. Sem citar nomes, ele ainda chamou de "traidores da pátria" que apoia as medidas de Trump.
O presidente também saiu em defesa do judiciário brasileiro, dizendo que a tentativa de interferência externa é um "grave atentado à soberania nacional".
No sábado (19), Lula, em nota oficial, classificou como “medida arbitrária e completamente sem fundamento” o anúncio do secretário de Estado norte-americano de retirar os vistos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) para entrada no país.
Lula embarca, neste domingo (20), rumo a Santiago, capital chilena, onde participará de reunião de alto nível sobre defesa da democracia, organizada pelo presidente chileno, Gabriel Boric.
Também estão confirmadas as presenças dos líderes de Colômbia, Gustavo Petro; Espanha, Pedro Sanchéz, e Uruguai, Yamandú Orsi.
Ao final, os líderes devem divulgar um posicionamento em defesa do multilateralismo, da democracia, combate à desigualdades, tecnologia digitais e enfrentamento à desinformação.



