PT e Planalto farão pesquisas sobre megaoperação no Rio
Levantamento busca orientar posicionamento de partido e governo sobre segurança pública

O PT e o Palácio do Planalto farão pesquisas para avaliar a percepção da população sobre a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. O objetivo é orientar o posicionamento do partido e do governo no combate ao crime organizado.
A pauta da segurança pública deve ser um dos pilares da campanha eleitoral de 2026 e é considerada um dos pontos mais sensíveis no discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tentará a reeleição.
A ação do governo Cláudio Castro (PL), na terça-feira (28), deixou 121 pessoas mortas, incluindo quatro policiais. A operação mais letal da história do Rio tem sido elogiada pela direita e apontada como modelo de enfrentamento às facções criminosas.
Na quinta-feira (3), Castro recebeu o apoio de governadores de seis estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Na reunião no Palácio da Guanabara, os chefes dos executivos anunciaram a ideia de uma articulação conjunta de combate ao crime organizado, batizada de "consórcio da paz", e fizeram críticas ao governo Lula e às sanções do governo na área se segurança.
Pré-candidato à Presidência, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), foi um dos mais duros nas críticas ao governo Lula e disse que integrantes da gestão petista são "complacentes e convenientes" com as organizações criminosas.
Uma pesquisa da AtlasIntel, divulgada nesta sexta-feira (31), mostra que oito em cada dez moradores de favelas da cidade do Rio de Janeiro apoiam a megaoperação contra o Comando Vermelho.
Os dados indicam que 87,6% dos moradores de favelas cariocas aprovam a ação; 12,1% a desaprovam e 0,3% não souberam ou preferiram não responder.
No restante da população carioca, a aprovação é de 55%, enquanto a desaprovação alcança 40,5%, com 4,5% sem opinião. A disparidade evidencia percepções e experiências distintas entre os grupos sociais sobre a eficácia e o impacto dessas operações.
Em âmbito nacional, a aprovação entre moradores de favelas também supera 80%, apontando para um consenso nessas comunidades.
Na sexta-feira (31), o presidente Lula assinou e enviou ao Congresso o projeto de lei “antifacção". A proposta prevê mudanças nas normas penais do Brasil, como a Lei de Execuções Penais e a Lei de Organizações Criminosas.
"Eu estou assinando aqui para mandar um projeto de lei com urgência, urgentíssima ao Congresso Nacional, que é um projeto de lei antifacção. Nós vamos mostrar como que se enfrenta as facções aqui nesse país, como que se enfrenta o crime organizado, como que se enfrenta aqueles que vivem da exploração do povo mais humilde desse país", publicou Lula nas redes sociais.
O PL Antifacção se junta à PEC da Segurança Pública, em tramitação lenta na Câmara, como aposta do governo Lula na área de combate ao crime. A expectativa é que as duas pautas sejam analisadas ainda neste ano, apesar da divergência entre direita e esquerda sobre os textos.



