Relator do União Brasil tenta última conversa com Sabino

O deputado Fabio Schiochet (União-SC), relator do processo disciplinar contra Celso Sabino, pretende se reunir com o ministro do Turismo na manhã desta terça-feira (7), antes de concluir seu parecer.

A Executiva Nacional do União Brasil se reúne no dia seguinte (8) para decidir se expulsa compulsoriamente Sabino, que, apesar do ultimato da legenda, resiste em deixar o governo Lula.

Segundo apurou a CNN Brasil, caso não seja expulso do partido, Sabino deverá perder o controle do diretório do União no Pará, onde é presidente.

Deputado licenciado, ele apresentou sua defesa nesta segunda-feira (6), mas a irritação na cúpula é crescente. Dirigentes avaliam que Sabino tem sistematicamente descumprido as orientações do partido, que estabeleceu prazo para que seus filiados, sobretudo ministros, deixassem o governo.

Embora emissários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentem um acordo, integrantes do União não veem neste momento possibilidade de uma licença que permita ao ministro permanecer no cargo. Interlocutores, no entanto, não descartam reviravoltas.

No início de setembro, PP e União, que formaram uma federação partidária, anunciaram a saída do governo em meio às articulações do Centrão pela anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado e pela defesa de uma candidatura de direita.

O União Brasil deu prazo até 18 de setembro para o desligamento de Sabino, “sob pena de prática de ato de infidelidade partidária”. A medida foi anunciada logo após o presidente da sigla, Antonio Rueda, passar a constar nas investigações da PF sobre infiltração do PCC nos setores financeiro e de combustíveis.

Apesar disso, o ministro anunciou pedido de demissão apenas no último dia 25. Ainda assim, não deixou o cargo: acompanhou Lula em viagem ao Pará na quinta-feira (2), para entrega de obras ligadas à COP-30.

Sabino busca disputar o Senado com apoio do presidente, mas tenta preservar o controle da legenda em seu estado.