Larissa Rodrigues
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Planalto "cochila" e mais um bolsonarista vai para Comissão de Inteligência

Colegiado foca em crise com Paraguai e quer convocar ministro das Relações Exteriores, além de exigir informações da PF e Abin

Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados elegeu o deputado General Girão (PL/RN)  • Roque de Sá/Agência Senado
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A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados elegeu nesta quarta-feira (9) mais um membro para fazer parte da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional (CCAI).

Sem nenhum outro concorrente inscrito, a vaga ficou com o deputado General Girão (PL/RN), eleito por aclamação.

Fontes relataram à CNN que o governo, focado em outras comissões e pautas prioritárias, acabou “cochilando” e não indicou ninguém para concorrer à vaga. Com isso, o colegiado será formado por maioria da oposição durante os próximos dois anos.

Desde a semana passada, a CCAI está sob o comando do também bolsonarista Filipe Barros (PL-PR). De acordo com interlocutores, o deputado tem dito que irá acompanhar de perto o trabalho de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e quer esclarecer detalhadamente a informação de que houve espionagem brasileira ao Paraguai.

Durante reunião agendada para esta quarta, a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência prometeu aprovar ainda um requerimento de convocação para obrigar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a prestar esclarecimentos sobre o assunto junto ao colegiado.

A expectativa do colegiado é obrigar a Polícia Federal (PF) e a própria Abin a compartilhar documentos sobre as operações conduzidas pela agência durante as negociações da revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu.

Entenda

O portal Uol divulgou a informação de uma suposta espionagem brasileira ao Paraguai. A ação foi revelada durante depoimento de um servidor da Abin.

Na ocasião, o funcionário informou à PF que houve tentativa de invasão a computadores, por parte do governo brasileiro, para a obtenção de informações sigilosas ligadas à negociação de tarifas da Usina de Itaipu.

Fontes da Abin afirmaram que o Brasil teria apenas respondido à espionagem do Paraguai e que esse tipo de ação seria de praxe.