Kast quer participação do Brasil em corredor humanitário para venezuelanos
Presidente eleito do Chile anunciou expulsão de estrangeiros em situação irregular e coordena ações com países da região
O presidente eleito do Chile, José Antonio Kast, disse, nesta terça-feira (23), esperar que o Brasil participe da criação de um corredor humanitário para que imigrantes venezuelanos em situação irregular voltem para seu país de origem.
Kast promete desde a campanha eleitoral que, assim que tomar posse em março, expulsará do Chile imigrantes com situação irregular no país.
Para isso, ele espera chegar a uma ação coordenada com a Argentina, Peru, Equador e Bolívia para que os migrantes possam retornar ao seu país.
Em visita ao Equador, onde se reuniu com o presidente Daniel Noboa, ele afirmou que esta foi uma das pautas do encontro.
Questionado se as conversas sobre a criação de um corredor humanitário incluem o Brasil, ele afirmou que está agindo “passo a passo”, mas que espera que o país também participe.
“O corredor humanitário mais direto é com os países que eu mencionei, mas claramente o Brasil também, espero que se junte a isso e que haja uma coordenação de todos os países que foram afetados pela situação que hoje as pessoas vivem na Venezuela”, expressou.
O presidente eleito do Chile confirmou ainda que falou do assunto com o líder peruano José Jeri, em um telefonema.
Kast também disse esperar que a Colômbia se junte à iniciativa e que a Venezuela permita a entrada dos migrantes quando chegarem na fronteira do país.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), 7,9 milhões de pessoas saíram da Venezuela buscando melhores condições de vida. Destas, 6,7 milhões estão em países latino-americanos e caribenhos.
A migração irregular foi um dos grandes debates da campanha presidencial do Chile, onde estima-se que haja pelo menos 330 mil migrantes em situação irregular.
Com o anúncio de Kast de que expulsaria estrangeiros indocumentados do país após a posse, imigrantes tentaram deixar o Chile pela fronteira norte nas últimas semanas.
A situação levou a que o governo peruano decretasse situação de emergência para que as Forças Armadas reforçassem os controles policiais na fronteira.
O Chile e o Peru acabaram, então, chegando a um acordo para realizar patrulhamentos conjuntos para evitar a circulação por passagens fronteiriças não autorizadas.



