Luciana Taddeo
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Luciana Taddeo

Correspondente de América Latina, sediada há mais de 10 anos na Argentina. Morou na Venezuela.

Kast quer participação do Brasil em corredor humanitário para venezuelanos

Presidente eleito do Chile anunciou expulsão de estrangeiros em situação irregular e coordena ações com países da região

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O presidente eleito do Chile, José Antonio Kast, disse, nesta terça-feira (23), esperar que o Brasil participe da criação de um corredor humanitário para que imigrantes venezuelanos em situação irregular voltem para seu país de origem.

Kast promete desde a campanha eleitoral que, assim que tomar posse em março, expulsará do Chile imigrantes com situação irregular no país.

Para isso, ele espera chegar a uma ação coordenada com a Argentina, Peru, Equador e Bolívia para que os migrantes possam retornar ao seu país.

Em visita ao Equador, onde se reuniu com o presidente Daniel Noboa, ele afirmou que esta foi uma das pautas do encontro.

Questionado se as conversas sobre a criação de um corredor humanitário incluem o Brasil, ele afirmou que está agindo “passo a passo”, mas que espera que o país também participe.

“O corredor humanitário mais direto é com os países que eu mencionei, mas claramente o Brasil também, espero que se junte a isso e que haja uma coordenação de todos os países que foram afetados pela situação que hoje as pessoas vivem na Venezuela”, expressou.

O assunto também foi tratado com o argentino Javier Milei, da Argentina, na visita que Kast fez a Buenos Aires dois dias após ser eleito.

O presidente eleito do Chile confirmou ainda que falou do assunto com o líder peruano José Jeri, em um telefonema.

Kast também disse esperar que a Colômbia se junte à iniciativa e que a Venezuela permita a entrada dos migrantes quando chegarem na fronteira do país.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), 7,9 milhões de pessoas saíram da Venezuela buscando melhores condições de vida. Destas, 6,7 milhões estão em países latino-americanos e caribenhos.

A migração irregular foi um dos grandes debates da campanha presidencial do Chile, onde estima-se que haja pelo menos 330 mil migrantes em situação irregular.

Com o anúncio de Kast de que expulsaria estrangeiros indocumentados do país após a posse, imigrantes tentaram deixar o Chile pela fronteira norte nas últimas semanas.

A situação levou a que o governo peruano decretasse situação de emergência para que as Forças Armadas reforçassem os controles policiais na fronteira.

O Chile e o Peru acabaram, então, chegando a um acordo para realizar patrulhamentos conjuntos para evitar a circulação por passagens fronteiriças não autorizadas.