Fachin defende indicação de mulher negra ao STF
Presidente da Corte não tratou do assunto com Lula, mas manifestou preferência a auxiliares
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin, tem defendido que uma mulher negra seja indicada para a vaga que abre na Corte a partir de sábado, com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso.
Avesso a conversas políticas, Fachin não tratou do assunto - e nem tem expectativa de tratar - com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem cabe a decisão. Porém, tem manifestado sua preferência a alguns auxiliares.
A posição do presidente do Supremo por mais diversidade de gênero e raça no tribunal já é conhecida por pessoas do seu convívio. Interlocutores de Fachin lembram que ele inclusive já falou sobre o assunto publicamente, em plenário.
Em 2023, por exemplo, pela ocasião do Dia da Mulher, Fachin cumprimentou as ministras Cármen Lúcia, Rosa Weber (que ainda não havia se aposentado) e Ellen Gracie (que deixou a Corte em 2011) e fez um apelo por mais representatividade feminina.
“Peço licença para cumprimentar uma quarta ministra, que, quem sabe em um lugar do futuro, estará neste plenário: uma mulher negra", disse o ministro. Naquele dia, o julgamento era sobre racismo em abordagens policiais.
Nesta semana, o Movimento MND (Mulheres Negras Decidem) enviou a Lula um ofício com sugestões de nove juristas para ocupar o posto. Na lista, estão a ministra do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Edilene Lobo e a juíza Adriana Cruz, da 5ª Vara Federal Criminal do Rio.
O presidente, entretanto, tem manifestado a auxiliares que seu critério prioritário para o Supremo é confiança, e não diversidade. Lula deve indicar o atual ministro-chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias.