Luísa Martins
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Luísa Martins

Em Brasília, atua há oito anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

IOF: Moraes pode rever liminar após audiência de conciliação

Ministro vai aguardar resultados de reunião para definir próximos passos

Ministro Alexandre de Moraes durante Sessão plenária do STF
Ministro Alexandre de Moraes durante Sessão plenária do STF  • Victor Piemonte/STF
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), pode rever a liminar sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) após a audiência de conciliação entre governo e Congresso Nacional, marcada para o dia 15 de julho.

Nesta sexta (4), Moraes determinou a suspensão dos atos do governo federal e do Congresso Nacional sobre o IOF.

A avaliação do entorno do ministro é de que a decisão foi para “colocar a bola no chão” - ao suspender tanto o decreto do Executivo quanto a sua suspensão pelo Legislativo, Moraes sinalizou que as duas partes “têm e não têm razão” em alguma medida.

Essa estratégia, diz uma fonte próxima a Moraes, foi adotada para acalmar os ânimos e pavimentar o caminho para um cenário em que ambos os Poderes estejam dispostos a ceder. O ministro vai definir os próximos passos a depender dos resultados da audiência.

Se houver boa vontade para um consenso, a revisão da liminar é uma possibilidade na mesa de Moraes. O ministro pode ajustar os termos da decisão ou prospectar seus efeitos para dali a 60 dias, por exemplo, dando tempo para a costura de um acordo.

O precedente das discussões em torno da desoneração da folha de pagamento - que no ano passado também causou atrito entre Congresso e Palácio do Planalto - tem sido citado nos bastidores como um exemplo que poderá ser seguido no caso do IOF.

O ministro Cristiano Zanin chegou a dar uma liminar favorável ao governo, mas voltou atrás ao ser comunicado de que havia abertura das partes para o diálogo. Aberta a conciliação, o resultado foi positivo, com um acordo para a reoneração gradual.

Por conta do “destino incerto” da liminar (e também devido ao recesso do Poder Judiciário, que dura todo o mês de julho), a decisão não será levada neste momento a referendo do plenário.