Análise: Datena relembra trajetória no PT, elogia Boulos e exalta Tabata, mas rejeita esquerda
Candidato do PSDB vestiu figurino da terceira via e disse à CNN que sua ideologia “é a Constituição”
Em sua primeira disputa eleitoral depois de quatro tentativas frustradas por partidos diferentes – PP em 2016, União Brasil em 2018, MDB em 2020 e Podemos em 2022 – o apresentador José Luiz Datena, agora no PSDB, vestiu o figurino da terceira via na corrida pela prefeitura da capital.
Na sabatina da CNN nesta quarta-feira (21), o jornalista relembrou com orgulho dos 23 anos que foi filiado ao PT e militante da sigla em Ribeirão Preto. “Eu era amigo do (Antonio) Palocci e do Sócrates”, lembrou.
Em seguida, fez questão de exaltar sua passagem pela sigla de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Eu fiquei 23 anos no PT. Que político ficou tanto tempo em um partido? Mas saí quando veio o mensalão”.
Em um gesto para marcar posição e não afastar o eleitorado antipetista, Datena exaltou que sua ideologia “é a Constituição” e repisou seu bordão contra a “extrema esquerda e a extrema direita”.
O candidato então foi questionado sobre suas afinidades com os adversários do campo de Lula.
Ano passado, Datena visitou Guilherme Boulos (PSOL) e foi gravado sem saber em uma resenha sobre cenários eleitorais onde ambos estariam juntos e o jornalista seria o vice.
Já a relação com Tabata Amaral (PSB) foi além e os dois chegaram a participar juntos de atos políticos nos quais ele era apontado como possível vice da candidata do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Sobre Boulos, disse que o deputado tem ideias “completamente antagônicas” às suas, mas fez um afago. “É um bom cara e um sujeito honesto. Gosto dele como pessoa, mas a parceria com ele não me interessa hoje”
Já Tabata foi chamada de “menina maravilhosa” e uma “política de primeira qualidade”. “Ela vai ser um dos grandes quadros políticos desse país. Eu gosto para caramba da Tabata”, disse. “Eu não traí a Tabata em momento nenhum. Fui estimulado a ir pro PSDB e ela foi na minha filiação”.
Durante a sabatina, Datena mostrou que ainda não conseguiu virar a chave de jornalista e dono do tempo para o de candidato entrevistado.
As perguntas dificilmente eram concluídas antes de sua intervenção após ouvir uma palavra chave sobre o tema.