Análise: Marçal ocupa espaço do bolsonarismo sem Bolsonaro
Segundo campanha de Nunes, é questão de tempo até que as novas pesquisas de intenção de voto detectem o alinhamento entre Bolsonaro e o chefe do executivo paulistano
As críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de seus filhos e aliados ao influenciador Pablo Marçal (PRTB) cumprem neste momento um papel estratégico na cena eleitoral paulistana de tentar conter o avanço do candidato entre os eleitores de Ricardo Nunes (MDB).
A leitura na campanha do prefeito é que será questão de tempo até que as novas pesquisas de intenção de voto detectem o alinhamento entre Bolsonaro e o chefe do executivo paulistano.
Ainda é cedo para saber, mas em conversas reservadas aliados históricos do ex-presidente, gente que o apoia desde 2018 incondicionalmente, fazem uma leitura que é compartilhada por especialistas em pesquisas: Marçal desponta como uma liderança do bolsonarismo, mesmo sem Bolsonaro.
“Pablo Marçal não tem o ônus de ser bolsonarista, mas tem o bônus de ocupar o espaço do bolsonarismo sem Bolsonaro. Se vencer em São Paulo, se torna um presidenciável ou candidato à sucessão de Tarcísio de Freitas”, diz o pesquisador Renato Meirelles, presidente do Instituto Lokomotiva.
Ainda segundo Meirelles, Bolsonaro foi o aglutinador da insatisfação contra o sistema que passa agora a ser encarnada por Marçal.
O entorno de Bolsonaro acreditava que mesmo inelegível o ex-presidente manteria a hegemonia do campo da direita, mas ascensão de Marçal mostra que o eleitorado antissistema sentiu a fadiga de material.
Depois de tantas agendas negativas envolvendo o ex-presidente, Marçal é o sopro de novidade. Assim como Guilherme Boulos (Psol) foi em 2020, só que no outro lado.