Pedro Venceslau
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Pedro Venceslau

Pós-graduado em política e relações internacionais, foi colunista de política do jornal Brasil Econômico, repórter de política do Estadão e comentarista da Rádio Eldorado

Análise: Padilha e Gleisi seguem cartilha de Sidônio em discursos de posse

Tom político e comparações com gestão Bolsonaro marcam falas de ministros em evento concorrido

Posse dos novos ministros da Saúde e da Secretaria de Relações Institucionais  • Reprodução/Gov
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As comparações à gestão Jair Bolsonaro (PL), o tom político e a defesa do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcaram os discursos dos ministros empossados nesta segunda-feira (10), em solenidade no Palácio do Planalto. Revelaram ainda o quanto as orientações do titular da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, são a nova palavra de ordem da gestão petista.

Em seu discurso de posse, que durou cerca de 25 minutos, o novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, seguiu à risca a cartilha do ministro-chefe da Comunicação Social para tentar melhorar a popularidade do governo.

Depois da fala protocolar de Nísia Trindade, que deixou a pasta se queixando de ataques misóginos à sua passagem pela Saúde, o tom combativo e a comparação à gestão Bolsonaro pontuaram a intervenção.

O novo titular da Saúde falou em ideologia, criticou a extrema direita, relembrou o que chamou de negacionismo do governo anterior em relação à vacina e citou o filme “Ainda Estou Aqui”.

Em seguida, Gleisi Hoffmann, que assume a Secretaria de Relações Institucionais em substituição a Padilha, seguiu na mesma linha, mas com o tom uma oitava acima.

Depois de relembrar o início da militância no PCdoB, citou nominalmente toda a equipe do filme de Walter Salles, defendeu a primeira-dama Janja da Silva dos ataques misóginos e citou a “trama golpista” que será julgada pelo STF, mas fez gestos de reconciliação.

Da metade da fala em diante, Gleisi parece ter virado a chave para o modo relações institucionais.

Prometeu consolidar a pauta econômica do titular da Fazenda, Fernando Haddad, alvo de críticas da então presidente nacional do PT, e prometeu uma relação respeitosa, franca, solidária e direta com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).