INSS: Governo montou força-tarefa para reagir a Nikolas
Em uma tentativa de reduzir os danos da repercussão negativa dos descontos irregulares nas aposentadorias do INSS, a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, e o ministro Sidônio Palmeira, da Comunicação Social, montaram uma força-tarefa com os parlamentares governistas mais ativos nas redes sociais.
A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pela CNN, em caráter reservado, por três participantes de uma reunião que aconteceu na quarta-feira (7), no gabinete de Gleisi no Palácio do Planalto.
O ponto central do encontro foi um vídeo feito pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) — que atingiu mais de 130 milhões de visualizações no Instagram — tratando o caso como “o maior escândalo de corrupção da história do País”.
Na ocasião, foi feito um apelo aos deputados para que produzissem em suas respectivas redes vídeos rebatendo a narrativa dos bolsonaristas.
Além de Gleisi e Sidônio, estavam presentes o ministro Wolney Queiroz, da Previdência Social, e os deputados Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, Guilherme Boulos (PSOL-SP), Reginaldo Lopes (PT-MG) e Rogério Correia (PT-MG), vice-líderes do governo, e Paulo Pimenta (PT-RS).
Um levantamento feito pela consultoria Palver em milhares de grupos bolsonaristas abertos de WhatsApp e Telegram mostrou que, antes do vídeo de Nikolas, os seguidores do ex-presidente circularam com mensagens divididas em quatro eixos: incluir o irmão de Lula no caso, ressaltar o valor do rombo na gestão petista, isentar Bolsonaro e jogar luz na relação dos sindicatos com os descontos.
“Desde o primeiro dia do caso, os bolsonaristas criaram uma vacina nas redes. O que Nikolas fez foi compilar isso em um vídeo sobre temas que vinham sendo aquecidos desde a semana anterior”, disse Luís Fakhouri, diretor da Palver.
Uma das mensagens mais difundidas recentemente apresenta uma teoria conspiratória de que os “bilhões de euros” desviados do INSS foram levados no avião de Lula para Roma, no funeral do papa Francisco, para serem colocados no Banco do Vaticano.