Pedro Venceslau
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Pedro Venceslau

Pós-graduado em política e relações internacionais, foi colunista de política do jornal Brasil Econômico, repórter de política do Estadão e comentarista da Rádio Eldorado

Prisão no Moinho vira trunfo da direita e acende alerta na esquerda

Irmã de líder do PCC era líder comunitária e tinha interlocução com deputados

Favela do Moinho, em São Paulo  • ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL
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A prisão da líder comunitária da Favela do Moinho, Alessandra Moja Cunha, em uma operação do Ministério Público de São Paulo com a Polícia Militar nesta segunda-feira (8) serviu de munição para a direita na guerra de narrativas com a esquerda em torno das desapropriações na área.

Segundo a investigação, Alessandra, que é irmã do traficante Léo do Moinho, do PCC, seria cúmplice do irmão.

Atuante na comunidade, ela ajudou na mobilização para a visita de autoridades do governo federal em junho.

O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, publicou um vídeo nas redes sociais no qual cita que Alessandra Moja representava uma “ONG de fachada” que articulou a visita do presidente da República.

Outros nomes da direita, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), também usaram a prisão nas redes para fustigar o governo federal.

Antes da deflagração da Operação Sharpe, autoridades do governo paulista já alertavam para a manutenção da influência do PCC na comunidade do Moinho após a prisão do traficante Léo.

À CNN, a deputada estadual Mônica Seixas (PSOL), que atua na comunidade, minimizou a prisão.

“Quando a gente viu as primeiras remoções, o governo do estado já falava em “território do tráfico de drogas”. Eu nunca vi drogas saindo dali nos dias que estive”, afirmou.

A parlamentar disse, ainda, que se preocupou desde o começo com a “explícita tentativa” de linkar a presença do tráfico com a permissão de “jogar pobre na rua”.

Em caráter reservado, porém, fontes do PT avaliam que o caso tem potencial de desgaste e pode ser usado em ano eleitoral.