Prisão no Moinho vira trunfo da direita e acende alerta na esquerda
Irmã de líder do PCC era líder comunitária e tinha interlocução com deputados

A prisão da líder comunitária da Favela do Moinho, Alessandra Moja Cunha, em uma operação do Ministério Público de São Paulo com a Polícia Militar nesta segunda-feira (8) serviu de munição para a direita na guerra de narrativas com a esquerda em torno das desapropriações na área.
Segundo a investigação, Alessandra, que é irmã do traficante Léo do Moinho, do PCC, seria cúmplice do irmão.
Atuante na comunidade, ela ajudou na mobilização para a visita de autoridades do governo federal em junho.
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, publicou um vídeo nas redes sociais no qual cita que Alessandra Moja representava uma “ONG de fachada” que articulou a visita do presidente da República.
Outros nomes da direita, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), também usaram a prisão nas redes para fustigar o governo federal.
Antes da deflagração da Operação Sharpe, autoridades do governo paulista já alertavam para a manutenção da influência do PCC na comunidade do Moinho após a prisão do traficante Léo.
À CNN, a deputada estadual Mônica Seixas (PSOL), que atua na comunidade, minimizou a prisão.
“Quando a gente viu as primeiras remoções, o governo do estado já falava em “território do tráfico de drogas”. Eu nunca vi drogas saindo dali nos dias que estive”, afirmou.
A parlamentar disse, ainda, que se preocupou desde o começo com a “explícita tentativa” de linkar a presença do tráfico com a permissão de “jogar pobre na rua”.
Em caráter reservado, porém, fontes do PT avaliam que o caso tem potencial de desgaste e pode ser usado em ano eleitoral.



