PT está dividido e PL não quer arcar sozinho com ônus da taxação das “blusinhas”, dizem deputados
Lira e líderes governistas na Câmara correm contra o relógio para chegar a acordo sobre taxação das “blusinhas”

Nos debates em torno do projeto de taxar compras internacionais de até US$ 50, o PT está dividido e o PL mudou de posição para não arcar sozinho com o ônus político da medida, segundo deputados dos dois partidos ouvidos pela CNN.
Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se posicionar contra a taxação, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e os líderes governistas correm contra o relógio para chegar a um acordo até a próxima sexta (31).
Segundo um parlamentar do PL, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro é historicamente contra o aumento de impostos, mas, no caso das taxações das “blusinhas”, havia a compreensão de como a concorrência estrangeira prejudica o varejo brasileiro.
A sigla é sensível ao apelo de redes como Renner, Havan e Pernambucanas, mas teme levar sozinha o ônus político da taxação, enquanto o governo levaria o bônus.
“Ou o PT e o governo se manifestam pela taxação, ou o PL será contra”, disse um deputado do PL.
Procurado pela CNN, o líder do PL, Altineu Côrtes, ainda não se manifestou.
Por ora, a posição do PL é intermediária: manter a isenção e reduzir os tributos para as concorrentes brasileiras. Essa proposta, porém, não está no radar da equipe econômica do governo.
Deputados do PT, por sua vez, apostam em um acordo até a próxima sexta-feira, mas dizem que, se houver fechamento de questão, seguirão a orientação do Palácio do Planalto.