Priscila Yazbek
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Priscila Yazbek

Correspondente em Nova York, Priscila é apaixonada por coberturas internacionais e econômicas — e por conectar ambas. Ganhou 11 prêmios de jornalismo

Qual será o nome do novo papa? Pedro é descartado; João, João Paulo e Francisco seriam opções

Especulações sobre a escolha do nome do novo papa, que carrega enorme simbolismo, circulam pelo Vaticano

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Entre as diversas especulações sobre o conclave que circulam pelo Vaticano está a expectativa sobre qual será o nome do novo papa.

Alguns podem ser facilmente descartados. O mais óbvio deles: Pedro. “Pedro já é o nome do primeiro papa, nenhum papa ousaria utilizar o novo nome Pedro", afirma o padre Bruno Otenio, estudante de teologia moral do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, que mora em Roma e tem acompanhado de perto as discussões sobre o conclave.

Pedro é considerado o grande apóstolo fundador da Igreja Católica. E informalmente alguns vaticanistas lembram que existe uma profecia que diz que um próximo Pedro seria aquele que colocaria fim à Igreja, um mau presságio.

Os nomes escolhidos pelos papas sempre carregam um grande simbolismo espiritual e histórico, mas Otenio observa que neste momento o peso é ainda maior porque os últimos papas foram cruciais para a renovação das estruturas da Igreja.

Outro nome aventado seria João Paulo. Mas alguns especialistas acreditam que seria pouco provável porque representaria uma grande responsabilidade utilizar o mesmo nome do polonês Karol Józef Wojtyła, que deixou um grande legado de experiência e renovação.

“João Paulo II foi um papa muito respeitado, então justamente é uma grande responsabilidade. Mas eu não vejo como impossível", afirma Igor Alves, professor de relações internacionais da Faap.

Um Papa Francisco II, também comentado, representaria uma continuidade das reformas estruturais e teológicas que o Papa Francisco buscou implementar. "Se o nome Francisco for escolhido todos já saberiam que seria um papa reformador. O nome carrega um peso, uma missão, certamente", diz Otenio.

O professor da Faap concorda que Francisco seria uma possibilidade se o papa escolhido for um cardeal que tinha grande afinidade com Jorge Mario Bergoglio.

“É o caso, por exemplo, do filipino Luis Antonio Tagle. Ele eu sinceramente acho que se fosse eleito, talvez usasse Francisco II não apenas com homenagem a Bergoglio, como também porque ele seguiria a mesma linha, daria continuidade ao mesmo projeto do Papa Francisco", afirma Alves.

Bento é visto como uma opção de baixa probabilidade, uma vez que o papa alemão Joseph Ratzinger renunciou ao pontificado depois de uma pressão interna da Igreja.

O nome João, por sua vez, seria visto como um papa reformista por causa de João XXIII, que liderou o Conselho Vaticano II e implementou mudanças na Igreja. Assim como João Paulo II, portanto, seria um nome que carregaria grande expectativa. Mas Otênio pondera: "Lembremos também que João XXIII é o vigésimo terceiro nessa lista, nem todos os papas João foram reformistas, depende mesmo da personalidade de quem será eleito".

O nome do Papa é escolhido pelo próprio pontífice imediatamente após sua eleição. Após ser eleito no conclave, o cardeal é levado à “Sala das Lágrimas”, onde se veste com a batina branca. Então o cardeal protodiácono pergunta: “Como deseja ser chamado?” e o novo papa toma sua decisão.

Logo depois o “cardeal protodiácono” – cargo agora ocupado pelo cardeal francês Dominique Mamberti – se dirige à sacada central da Basílica de São Pedro e diz e anuncia, em latim, o “Habemus Papam”, dizendo a seguinte frase: "Anuncio-vos uma grande alegria: temos um papa! O mais eminente e reverendo senhor [primeiro nome ou nome próprio] Cardeal da Santa Igreja Romana [sobrenome] que toma para si o nome [nome papal]."