Rita Mundim
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Rita Mundim

A comentarista de economia da CNN é especialista em Mercado de Capitais pela UFMG e em Ciências Contábeis pela FGV. Em 2024, ganhou o prêmio de Influenciadora Coop da Organização das Cooperativas Brasileiras.

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Análise: BC não deve mudar posicionamento, apesar de otimismo com inflação

Boletim Focus registra sexta queda consecutiva na expectativa de inflação para 2025, chegando a 4,55%, próximo ao teto da meta de 4,50%

Fachada do prédio do Banco Central em Brasília  • 18/12/2024 REUTERS/Adriano Machado
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O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (3) registrou nova queda na expectativa para a inflação de 2025, marcando a sexta semana consecutiva de reduções nas projeções. O índice atual está em 4,55%, muito próximo ao teto da meta estabelecida pelo BC (Banco Central), de 4,50%.

Rita Mundim, comentarista de Economia da CNN Brasil, afirma que apesar dos sentimentos positivos com a alta dos preços, o BC deve manter sua postura.

"O otimismo com a inflação não vai mudar em nada o posicionamento do Banco Central na minha opinião porque na semana passada, tivemos números muito fortes do emprego", explica.

A comentarista destaca que os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) surpreenderam com a criação de 213 mil novos postos de trabalho com carteira assinada, superando as expectativas mais otimistas de 185 mil vagas.

Mundim diz que a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) confirmou o cenário positivo do emprego, mantendo a taxa de desemprego em 5,6%, na mínima histórica desde 2012.

O modelo atual de crescimento econômico tem sido fomentado pelo incentivo ao crédito e pela distribuição de benefícios fiscais. A comentarista pondera que este modelo, no entanto, não é sustentável.

"Para que esse modelo não atrapalhe ainda mais no controle da inflação, o BC não tem outra alternativa a não ser manter a taxa de juros neste patamar extremamente elevado", ressalta.

Os números da dívida pública revelam preocupações, segundo Mundim: o governo central apresentou um déficit de quase R$ 15 bilhões, impactado principalmente pelo aumento das despesas e pela diminuição nos lucros das estatais.

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