Rita Mundim
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Rita Mundim

A comentarista de economia da CNN é especialista em Mercado de Capitais pela UFMG e em Ciências Contábeis pela FGV. Em 2024, ganhou o prêmio de Influenciadora Coop da Organização das Cooperativas Brasileiras.

Mundim: Selic pode subir menos que o esperado

Análise de mercado indica possibilidade de aumento de apenas 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, abaixo do esperado inicialmente

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O mercado financeiro está reavaliando suas expectativas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, prevista para maio. Após declarações recentes do presidente e diretores da autarquia, analistas começam a considerar a possibilidade de um aumento menor na taxa Selic do que o inicialmente esperado.

Inicialmente, as projeções apontavam para um aumento entre 0,5 e 0,75 ponto percentual. No entanto, diversos fatores têm contribuído para uma possível mudança nesse cenário.

O Índice de Atividade Calculado pelo Banco Central (IBC-Br) mostrou uma desaceleração, registrando 0,4% contra 0,9% do mês anterior. Newton Davi, diretor de Política Monetária, interpretou esse dado como um sinal de que a política monetária restritiva estaria surtindo efeito.

Além disso, a queda recente do dólar em relação ao real, influenciada pela perda de valor da moeda americana devido à guerra tarifária promovida por Donald Trump, tem sido outro fator considerado pelos analistas.

O diretor Diogo Guillen destacou que as incertezas no cenário internacional poderiam desacelerar a economia global, alinhando-se com as projeções reduzidas do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o crescimento mundial.

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, tem sinalizado que a autoridade monetária está vigilante e os juros já se encontram em uma faixa restritiva. Há indícios de que a inflação possa ter atingido um platô.

O relatório de mercado do Boletim Focus registrou uma redução na perspectiva de inflação para o final do ano, de 5,65% para 5,57%, após três semanas de estabilidade.

Essas indicações têm sido refletidas no mercado financeiro. A bolsa de valores tem apresentado alta, enquanto os juros futuros negociados na B3 estão em queda. Os títulos públicos que pagam inflação mais juros (NTN-Bs) de prazo mais curto registraram queda de aproximadamente meio ponto percentual.

Diante desse cenário, cresce a expectativa de que o Banco Central possa optar por um aumento de apenas 0,25 ponto percentual na taxa Selic na próxima reunião. Alguns analistas já consideram a possibilidade de manutenção da taxa na reunião subsequente, em junho.

As perspectivas de alta para a taxa Selic estão sendo revisadas para baixo, influenciadas pela percepção de desaceleração da economia global e brasileira, em parte devido às tensões comerciais internacionais.

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