Iuri Pitta
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Iuri Pitta

Jornalista, mestre em administração pública e governo e professor universitário. Atuou como repórter, editor e analista em coberturas eleitorais desde 2000

Setor do etanol brasileiro lamenta "retrocesso" e critica tarifa de Trump

Unica e Bioenergia contestam lógica de reciprocidade apontada por presidente americano em relação ao combustível produzido nos EUA e no Brasil

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As duas principais entidades do setor sucroalcooleiro no Brasil criticaram a tarifa recíproca anunciada nesta quinta-feira (13) pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Em comunicado sobre a medida, o governo dos Estados Unidos citou como exemplo as importações e exportações de etanol entre os dois países.

"A medida pretende colocar no mesmo patamar o etanol produzido no Brasil e nos Estados Unidos, embora possuam atributos ambientais e potencial de descarbonização diferentes, e portanto não faz sentido falar em reciprocidade", diz nota assinada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) e a Bioenergia Brasil.

Para as entidades, uma atuação dos governos estaduais nos EUA e da indústria local do etanol é fundamental para evitar o que chamaram de "retrocesso" em relação à agenda da transição energética e ao enfrentamento das mudanças climáticas.

Leia a íntegra da nota do setor sucroalcooleiro brasileiro:

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) e a Bioenergia Brasil, principais entidades representativas do setor no Brasil, lamentam que o etanol tenha sido incluído no Memorando de Tarifas Recíprocas, anunciado pelo presidente americano, Donald Trump, nesta quinta-feira, 13 de fevereiro. O documento determina a realização de estudos para o “Plano Justo e Recíproco”, que prevê a alteração das atuais relações comerciais dos Estados Unidos.

A medida pretende colocar no mesmo patamar o etanol produzido no Brasil e nos Estados Unidos, embora possuam atributos ambientais e potencial de descarbonização diferentes, e portanto não faz sentido falar em reciprocidade. Se a medida se confirmar, será mais um passo dos Estados Unidos rumo ao abandono à rota de combate à mudança do clima.

Esperamos que os estados americanos e a indústria local, comprometidos com o combate à mudança do clima, trabalhem para impedir esse retrocesso proposto pelo governo.

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