Acordo sobre comando das comissões da Câmara é desafio para Hugo
Partidos reivindicam acertos com presidente Hugo Motta em briga por espaço em colegiados da Casa
A indefinição sobre o comando de comissões na Câmara dos Deputados tem aumentado a pressão de líderes sobre o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) para que ele medie e cumpra acordos fechados ainda durante a disputa pela sucessão da Casa.
Nesta terça-feira (18), Hugo Motta pretende fechar o desenho final das comissões, mas ainda depende de algumas travas. O PL, de Jair Bolsonaro, por exemplo, não demonstra disposição em recuar sobre algumas escolhas.
Como maior partido da Casa, o PL já escolheu como primeira opção a Comissão de Relações Exteriores, para indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à presidência. O movimento gerou reação entre governistas e desconfiança, até mesmo, entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, o PL não dá sinais de que vai ceder espaço para o PSD na presidência do colegiado de Minas e Energia. O PSD espera apoio do presidente da Câmara para frear o avanço do partido de Bolsonaro e manter o que, segundo parlamentares, havia sido acordado na disputa pela presidência da Câmara, no ano passado.
Além da Comissão de Relações Exteriores, o PL deve ficar com Saúde – uma das comissões com maior volume de emendas da Casa; Segurança Pública; e ainda ameaça indicar nomes para comissões mais alinhadas às pautas de esquerda, a exemplo dos colegiados de Direitos Humanos e dos Povos Originários. Teoricamente, essas comissões atenderiam partidos menores.
O MDB pretende manter controle sobre a comissão de Meio Ambiente. Já o União Brasil quer a Comissão de Integração e Desenvolvimento Econômico. O Republicanos deve pedir o comando da Comissão de Viação e Transportes e da Comissão de Comunicação. O PP deve ficar com a Comissão de Agricultura.
Orçamento de 2026
Ainda depois da escolha das comissões, Hugo Motta deverá mediar outro impasse: a disputa pela relatoria do orçamento de 2026. O escolhido vai definir os valores a serem repassados a cada grupo temático – o que só poderá ser feito após a distribuição dos colegiados.
Segundo líderes, a relatoria foi prometida a duas legendas em paralelo: MDB e União Brasil. A CNN apurou que o MDB deverá vencer a queda de braço, com a indicação do líder do partido, Isnaldo Bulhões (MDB-AL). O deputado alagoano abriu mão da disputa à presidência e patrocinou a campanha de Hugo Motta desde o primeiro momento.