Tainá Falcão
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Tainá Falcão

Jornalista, poetisa, mulher nordestina, radicada em Brasília com passagem por SP. Curiosa. Bicho de TV. Informa sobre os bastidores do poder

Hugo descarta vincular isenção do IR ao avanço do PL da Anistia

À CNN, presidente da Câmara reafirmou ter compromisso com reforma no imposto de renda

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse à CNN que não haverá qualquer vinculação da votação do projeto que isenta do IR (Imposto de Renda) quem ganha até R$ 5.000 com o projeto da anistia, que vai prever a diminuição das penas dos condenados pelos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023.

“Não tem vinculação nenhuma. A Câmara já tem a matéria [IR] como amadurecida para levar ao plenário. Ela [IR] foi amplamente discutida, em especial, com relatório aprovado e urgência aprovada por unanimidade. A Casa entende que a proposta está madura para ser votada na próxima semana. Não há vinculação a nenhuma outra proposta nem à redução de penas [aos condenados pelo oito de janeiro] nem à outra”, disse.

A declaração de Hugo confronta a afirmação do relator do PL da Anistia, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que na quarta-feira (24), disse que o projeto do IR estaria ameaçado sem o avanço do texto.

“Acho que, se não votar isso, não vota nem IR”, disse Paulinho da Força, em referência ao projeto de lei da anistia.

A afirmação de Paulinho repercutiu mal entre as bancadas que buscam apoio para avançar com a dosimetria e gerou apreensão no governo.

Nesta quinta-feira (25), deputados de esquerda cobraram Hugo Motta para esclarecer a declaração do relator. Em revés à Câmara, o Senado se antecipou e aprovou um projeto semelhante ao do governo na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).

Votação não está garantida

Ainda em conversa com à CNN, o presidente da Câmara disse que não há garantia de que a proposta sobre a dosimetria de penas seja aprovada na próxima semana.

“Não é garantido que vai votar [dosimetria] na semana que vem. Ele [Paulinho] ainda vai apresentar sua posição aos líderes. Vamos sentir se tem ambiente,” disse.

Hugo reconhece que há resistências “antagônicas” entre as bancadas do PT e do PL, o que pode dificultar o andamento da matéria, apesar do apoio de partidos de centro.

“Paulinho está andando nas bancadas e deve seguir falando [com partidos]. Semana que vem teremos uma posição mais clara de como partidos enxergam a proposta”, afirmou o presidente da Câmara.