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    Tainá Falcão
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    Tainá Falcão

    Jornalista, poetisa, mulher nordestina, radicada em Brasília com passagem por SP. Curiosa. Bicho de TV. Informa sobre os bastidores do poder

    Lira adia prazo que ele mesmo estipulou para indicar candidato à sucessão na Câmara

    Presidente tinha prometido anúncio até agosto; setembro chegou sem definição

    Setembro chegou sem o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cumprir a promessa que ele mesmo havia feito: indicar ainda em agosto o nome que terá seu apoio na disputa pela sucessão do comando da Casa Legislativa.

    O silêncio, segundo aliados, evidencia que o alagoano tem dúvidas. Logo, a disputa está em aberto.

    Até a última semana, Elmar Nascimento circulava com otimismo pelos corredores da Câmara. Boa parte dos deputados que o apoia dizia que estava “tudo certo” para o líder do União Brasil ser indicado por Lira após a reunião de Lira com com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois tiveram um encontro fora da agenda na quarta-feira (28).

    Lira, no entanto, deixou o encontro sem garantir a indicação. Segundo fontes do Planalto, o presidente da Câmara apenas apresentou “cenários” sobre a sucessão.

    Para deputados do centrão, Lira tem dúvidas sobre a viabilidade de Elmar em plenário. E chamado “baixo clero”, que reclamam da pouca atenção que recebe de Lira, teme que Elmar siga o mesmo caminho.

    Por isso, os “cenários” envolvem outros nomes. Com mais chances: Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antonio Brito (PSD-BA). Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e Hugo Motta (Republicanos-PA) correm por fora.

    Marcos Pereira tem a simpatia do governo e uma boa relação com deputados de direita e do centrão, sobretudo, apesar de certa resistência do PL, de Bolsonaro. Desde a semana passada, Pereira busca diálogo com os demais candidatos para convencê-los a um acordo em torno de seu nome.

    Após consulta a Gilberto Kassab, Antonio Brito (PSD-BA) avisou aos envolvidos que pretende disputar a cadeira com ou sem o apoio de Lira, o que acabaria dissolvendo alguns votos da Casa.

    Isnaldo Bulhões tem talvez a missão mais difícil, porém estratégica. Para viabilizar sua candidatura, ele conta com uma promessa de aliança inédita a Lira, que contemplaria também Renan Calheiros (MDB-AL), rival histórico do atual presidente da Câmara. Os dois sairiam na mesma chapa ao Senado em 2026.

    Já Hugo Motta é apontado como um plano possível por ser um nome de maior consenso na Casa, mas esbarra na prioridade dada a Marcos Pereira, presidente do partido e candidato natural da legenda, a quem já prometeu lealdade, a despeito da torcida de nomes poderosos, como o do presidente do PP, Ciro Nogueira.

    Seja qual for a decisão, Lira não a tomará sem também ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro. Afinal, o PL é dono da maior bancada da Câmara, com 95 deputados. Bolsonaro já avisou que apoiará o candidato de Lira, independentemente da escolha.

    A ver as cenas do próximo capítulo.

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