Pedido para suspender condenação de Zambelli segue sem desfecho na Câmara
Presidente da Casa, Hugo Motta, deve decidir, ainda nesta semana, sobre pedido do PL para trancar o processo contra a deputada
O pedido do Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, para trancar o processo contra a deputada Carla Zambelli (SP), na Câmara, ainda não tem um destino certo. A parlamentar foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura o ataque hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Uma representação para suspender o processo foi apresentada em abril, mas depende de despacho do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. À CNN, Hugo disse que decidiria sobre o caso nesta semana.
A oposição deverá voltar a tratar do assunto, em particular, com Hugo ainda nesta quarta (21). A deputada já havia dito que recebeu sinal verde da Câmara para que o pedido do PL fosse atendido.
Na cúpula da Câmara, o pedido em favor de Zambelli divide opiniões, com receio de que a imagem da Casa seja impactada pelo perfil belicoso da deputada, que possui histórico de enfrentamento ao Supremo.
Na avaliação desses deputados, seria mais fácil emplacar um recado com um deputado mais ameno, a exemplo de Juscelino Filho (União-MA), ex-ministro das Comunicações, denunciado por uso irregular de emendas.
A defesa de Zambelli deverá apresentar embargos de declaração ao Supremo, um recurso que pode esclarecer pontos da decisão, mas sem impacto no resultado final, ou seja, na condenação. Ela só poderá ser presa após trânsito em julgado, com julgamento de todos os recursos, o que não tem um prazo para ocorrer.
O STF decidiu que Zambelli deve cumprir pena de dez anos de prisão por invasão e inserção de dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.



