Thais Herédia
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Thais Herédia

Passou pelos principais canais de jornalismo do país. Foi assessora de imprensa do Banco Central e do Grupo Carrefour. Eleita em 2023 a Jornalista Mais Admirada na categoria Economia do Jornalistas & Cia.

William Waack

Análise: Trump despreza a diplomacia e adota a coerção

Americano age sem autorização atacando embarcações e matando seus tripulantes sob a justificativa de combater o narcotráfico — sem, contudo, apresentar provas

Presidente dos EUA, Donald Trump
Presidente dos EUA, Donald Trump  • REUTERS/Kevin Lamarque
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Donald Trump, que se apresenta como o pacifista do mundo, parece estar preparando para si uma pequena guerra — ou, talvez, um grande espetáculo político. A movimentação militar sobre o Caribe, com a participação do temido e caríssimo porta-aviões USS Ford, o maior do mundo, é claramente uma demonstração de força, mas pode ser também uma encenação de entretenimento.

O mundo acompanha com apreensão as ações de Trump contra a Venezuela e a Colômbia, embora ainda haja dúvidas sobre o quanto se deve levar a sério os arroubos do presidente norte-americano. Trump age sem autorização nem participação do Congresso dos Estados Unidos, atacando embarcações e matando seus tripulantes sob a justificativa de combater o narcotráfico — sem, contudo, apresentar provas, o que configura violação das leis internacionais.

Coincidentemente, tudo isso ocorre no mesmo momento em que o presidente Lula se prepara para encontrar Trump em uma viagem à Ásia. O presidente Lula (PT), aliado histórico do chavismo venezuelano, enfrentará um dilema: defender os vizinhos latino-americanos das ameaças norte-americanas ou preservar os interesses econômicos do Brasil em relação aos Estados Unidos. Considerando a personalidade de ambos os líderes, os riscos de tensão nesse encontro não são pequenos.