Victor Irajá
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Victor Irajá

Com passagens por Estadão e rádio CBN, foi editor do Radar Econômico, da revista Veja. É especializado em Economia pela FGV e pelo Insper

Análise: Reunião Lula-Trump retoma institucionalidade da relação Brasil-EUA

Presidentes dos dois países realizaram uma reunião neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia

Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva  • Ricardo Stuckert/Divulgação
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Um aperto de mão, uma foto e 50 minutos de conversa. O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, pareceria trivial se não fossem os últimos meses de sanções e tarifas.

Sentados lado a lado, Lula e Trump protagonizaram uma cena comum, institucional. Como deveria ser.

Com acenos e afagos, sinalizações acerca da possibilidade de acordos e revisões, a reunião que aconteceu neste domingo (26) parecia apenas mais uma agenda bilateral do presidente brasileiro.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o governo brasileiro, agora, espera em algumas semanas concluir negociações que tratem de cada um dos setores atingidos pela infundada tributação americana. Institucional e técnica, a reunião retomou a racionalidade das discussões entre o Brasil e os Estados Unidos.

Se, em julho, a carta de Donald Trump direcionada a Lula trazia a informação errônea de que os Estados Unidos eram deficitários em suas relações comerciais com o Brasil, o governo Lula conseguiu costurar uma reação minimamente fundada em fatos.

Agora, as comitivas podem avançar em discussões baseadas em fatos, não ilações. Basear-se em dados e praticidade. Em conceitos pragmáticos.

"Química" entre os presidentes à parte, a retomada de diálogo entre os presidentes tange a um princípio de impessoalidade do cargo e importância das relações bilaterais entre os dois países. E que assim seja.