Trump não deve influenciar em decisões sobre Bolsonaro, avaliam fontes
Leitura dentro do Itamaraty é de que risco maior de impactos nas relações entre EUA e Brasil passa por xingamentos de Janja a Elon Musk
Dentro do Itamaraty, os discursos e tendências da política externa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda são observados com cautela.
Segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores ouvidas pela CNN, há ainda uma tentativa de interpretação sobre o que é fático nas indicações do mandatário dos EUA em relação aos países da América Latina e o que é apenas bravata.
Segundo uma fonte, Trump tem interesse nas relações com países como México, Colômbia e Brasil e “mede os riscos e oportunidades” em torno de um possível alinhamento maior dessas nações com a China, o que não seria interessante para os Estados Unidos.
A distância cultural com a potência asiática, diz uma fonte, é um dos ativos para apostar em uma postura cuidadosa com as relações entre os Estados Unidos e o Brasil.
O desinteresse pela América Latina também é visto como positivo e um sinal de adoção de certo pragmatismo pela gestão do país norte-americano — apesar de má notícia para o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A avaliação dentro do Ministério de Relações Exteriores é de que Trump não estaria disposto a tentar influenciar qualquer decisão do Judiciário brasileiro acerca dos direitos políticos de Bolsonaro.
A leitura é de que a gestão de Donald Trump não estaria disposta a embarcar em uma disputa diplomática com o Brasil ao ingerir em assuntos internos para beneficiar o ex-presidente.
Segundo um integrante do Itamaraty, os riscos maiores de impacto nas relações entre Brasil e Estados Unidos, agora, passam pelo desgaste causado pelo xingamento da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, ao bilionário Elon Musk — que ocupa posto de destaque na gestão de Trump.
Um dos riscos apontados, também, envolve a tentativa do Brasil de posicionar-se como uma liderança global em torno da adoção de uma agenda ambiental global. Um dos primeiros atos de Trump foi a retirada do país do Acordo de Paris. Segundo uma fonte do Itamaraty, a COP30, que será realizada em Belém, já “começa cambaleando”.