Infraestrutura se adapta à nova realidade do clima
Motiva assume protagonismo na agenda de adaptação climática com estratégia pioneira, inovação e compromissos ambiciosos

Enquanto eventos climáticos extremos desafiam a infraestrutura de transporte no Brasil e no mundo, a Motiva, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do País, reforça a sua liderança no setor ao implementar uma agenda pioneira de resiliência climática.
A empresa estruturou uma estratégia de adaptação climática transversal que abrange 100% de seus ativos de rodovias, trilhos e aeroportos, e já está construindo planos detalhados para mitigar riscos identificados.
"A adaptação climática é um tema bastante material para a Motiva", destaca a diretora de Sustentabilidade da Companhia, Juliana Silva. “Temos uma estratégia de sustentabilidade baseada em cinco pilares, sendo que um deles é a redução dos riscos climáticos e da pegada ambiental”, complementa.
A iniciativa, inédita no setor, incorpora o tema das mudanças climáticas como variável na estratégia de negócios da Motiva, mapeando os riscos climáticos e seus impactos, e influenciando os seus planos de crescimento, a gestão dos ativos no dia a dia e as ações para mitigação.
Atuação estratégica e operacional
A estratégia da Motiva está dividida em duas grandes frentes: a operacional, voltada ao monitoramento em tempo real, e a estratégica, que trata do planejamento de longo prazo.
Na operação, os Centros de Controle das rodovias e dos sistemas de trens e metrô contam com dados meteorológicos em tempo real da Climatempo, além de receberem informações climatológicas de médio e longo prazo da MeteoIA, possibilitando ações preventivas. “Se há previsão de índice pluviométrico elevado em determinado trecho de uma rodovia, por exemplo, conseguimos interditar a área antes que um acidente aconteça”, explica o diretor de Resiliência Empresarial da Motiva, Miguel Dau.
Além disso, um sistema exclusivo de gestão de crises conecta automaticamente todas as áreas da empresa. “Implementamos um sistema de comunicação que classifica ocorrências em quatro níveis — interrupção, emergência, crise ou tragédia — e aciona os protocolos adequados. Hoje, ninguém na Motiva fica desinformado em um cenário crítico”, afirma Dau.
E essa rede não se limita aos limites da empresa. “O sistema também compartilha informações com órgãos externos, como órgãos reguladores, prefeituras e defesa civil, para reforçar a capacidade coletiva de resposta”, complementa. A Motiva possui um acordo de cooperação técnica com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para receber alertas de deslizamento de terra e inundação, como suporte ao processo de tomada de decisões. Em contrapartida, a Companhia fornece acesso às câmeras de monitoramento e outros dados sensores para auxiliar o Cemaden em situações de emergência.
Mapeamento e precificação de riscos: inteligência para decisões estratégicas
No eixo estratégico, a consultoria WayCarbon é parceira da Motiva ao mapear riscos climáticos “quilômetro a quilômetro” nos diferentes ativos. “Modelamos ameaças como ventos, tempestades e incêndios e precificamos os impactos potenciais em nosso negócio caso não haja ações”, conta Dau. “Esse trabalho nos permite tomar decisões com mais precisão.”
A empresa se comprometeu a ter planos de adaptação para todos os ativos com risco significativo até o fim de 2025, prevendo ações como reforço estrutural e engenharia baseada na natureza. “Já sabemos os riscos mais relevantes e agora estamos desenhando as medidas necessárias com custos detalhados. Vamos comparar qual é o custo de não agir versus o da adaptação”, explica Juliana.
Miguel acrescenta: “Até o final do ano, vamos mapear todos os pontos sensíveis aos efeitos climáticos nos ativos mais críticos, detalhando obras, cronogramas e orçamentos, para definir se a adaptação será de responsabilidade do poder concedente ou da empresa.”
Parcerias estratégicas e visão regulatória
A estratégia da Motiva é apoiada por uma rede de parceiros técnicos robusta. A WayCarbon trabalha com cenários do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), seguindo diretrizes do TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures) e IFRS S2 (norma internacional que estabelece diretrizes para a divulgação de informações relacionadas aos riscos e oportunidades climáticas), para mapear os riscos e mensurar os impactos financeiros à Companhia.
“WayCarbon nos ajuda a entender como o aumento de temperatura em bacias hidrográficas pode impactar nossos ativos, com modelagem sofisticada baseada em biomas e dados geográficos”, explica Juliana.
A Climatempo fornece previsões meteorológicas e um sistema de monitoramento em tempo real, que permite acompanhar uma série de variáveis críticas, como chuvas, raios e ventos, bem como pontos de queimada no raio de operação dos ativos da Companhia.
Já MeteoIA, startup de tecnologia focada no desenvolvimento de modelos de Inteligência Artificial para previsão de variáveis climáticas e dos seus impactos, fornece relatórios sobre a climatologia na região dos ativos em um horizonte de um a cinco anos. As informações ajudam a estimar curvas de crescimento de mercado, no planejamento dos orçamentos e na avaliação de novas concessões e aquisições de ativos.
Miguel reforça a relevância institucional dessa rede: “A Motiva tem sido referência no setor — nem de longe alguém atua com a profundidade e abrangência que temos. Podemos nos adaptar à nova realidade climática, protegendo colaboradores, clientes e comunidades do entorno.”
Além dos riscos físicos, a empresa analisou os riscos de transição regulatória e de mercado com base em cenários do NGFS (Network for Greening the Financial System). “Estamos atentos a possíveis taxações de carbono, mudanças em subsídios fósseis e oportunidades que surgem para empresas resilientes — como acesso facilitado a financiamento e seguros”, pontua Juliana.
Um modelo para o setor
A Motiva demonstra que é possível transformar a adaptação climática em uma vantagem competitiva e institucional, com governança sólida e decisões baseadas em dados. O modelo da empresa pode inspirar outras organizações do setor de infraestrutura a seguirem pelo mesmo caminho.
“A resiliência climática deixou de ser uma discussão abstrata. Hoje, ela faz parte da nossa estratégia de negócios, com impacto direto na segurança operacional, nas finanças e na confiança de investidores e usuários”, conclui Juliana.