EUA devem ter negra estampada na cédula de US$ 20; veja outras mulheres no dólar
Se o projeto for aprovado, Harriet Tubman será a primeira mulher negra em uma nota de dólar, mas não será a primeira mulher

A cédula de US$ 20, uma das mais usadas dos EUA, deverá mudar de cara em breve. Logo após Joe Biden assumir a presidência, em janeiro deste ano, ele retomou um antigo projeto, criado por Barack Obama, em 2016, para substituir a efígie de Andrew Jackson, que estampa a nota desde 1928. A escolhida é uma mulher negra, a ativista Harriet Tubman (1822-1913), que lutou contra a escravidão e pelo voto feminino no país.
Trump sentou sobre projeto
O projeto estava parado desde que Donald Trump assumiu a presidência, em 2017. Trump é admirador de Andrew Jackson, inclusive ele tinha um quadro do 7º presidente dos EUA pendurado no Salão Oval durante a sua gestão.
Ainda na campanha eleitoral, em 2016, Trump já havia dito que o plano de Obama para substituir a efígie da cédula de US$ 20 era algo “puramente politicamente correto” e, de maneira pejorativa, sugeriu que Tubman fosse retratada na nota de US$ 2, que quase não circula mais.
Jackson é até hoje uma figura controversa no país. Ele foi proprietário de negros escravizados e lembrado por sua política de expulsão dos índios nativos americanos de suas terras --e até por promover uma limpeza étnica no país.
Quem foi Harriet Tubman
Por outro lado, os feitos de Harriet Tubman são absolutamente memoráveis e heroicos. Nascida escravizada, ela atuou como espiã na Guerra Civil Americana e ajudou a libertar os negros escravizados dos estados sulistas, levando-os escondidos para os estados do norte, onde não havia escravidão. Ela também foi a única mulher a liderar homens em um combate durante a guerra.
Após o fim do conflito, ela se mudou para Nova York, onde liderou uma campanha pela igualdade dos direitos das mulheres e pelo voto feminino. Ela morreu pobre, aos 90 anos, em Auburn, no estado de Nova York.
Outras mulheres no dólar
Se o projeto for aprovado, Tubman será a primeira mulher negra em uma nota de dólar, mas não será a primeira mulher.
Martha Washington, primeira primeira-dama dos Estados Unidos, foi a pioneira. Ela estampou, entre 1860 e 1890, a nota de um dólar de prata.

A segunda mulher foi a índia Pocahontas, entre 1865 e 1869, que também apareceu nas cédulas de US$ 20. Ela aparece sendo batizada e recebendo seu nome cristão, Rebecca.

Para além das notas de papel, outras mulheres também foram homenageadas nas moedas de dólar americano. A sufragista Susan B. Anthony foi a primeira a aparecer na moeda de US$ 1, entre 1979 e 1981, e depois, em 1999.

Também na moeda US$ 1, em 2000, a índia Sacagawea, que guiou Lewis W. Clark até a costa Oeste, foi homenageada.

A ativista Helen Keller foi homenageada na moeda de 25 centavos em 2003 e, finalmente, em 2020, a também ativista Elizabeth Peratrovich foi homenageada na moeda de US$ 1.
Ainda na América do Norte, em 2018, o Canadá lançou sua primeira cédula com uma mulher negra, a ativista pelo direito civil Viola Desmond.

E no Brasil?
Já no Brasil, apenas duas mulheres foram homenageadas nas cédulas: a princesa Isabel e a escritora Cecília Meireles.


(Publicado por Maria Carolina Abe)