Atenção à Síndrome Respiratória Aguda Grave
Pacientes acometidos pela síndrome podem evoluir rapidamente de forma desfavorável, levando à necessidade de internação hospitalar e, em casos mais graves, à ventilação mecânica

Nas últimas semanas, parte do Brasil tem registrado aumento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), provocada por infecções diversas. A SRAG é uma condição clínica caracterizada por sintomas como febre alta, tosse intensa, dificuldade para respirar, calafrios e cansaço extremo.
Pacientes acometidos pela síndrome podem evoluir rapidamente de forma desfavorável, levando à necessidade de internação hospitalar e, em casos mais graves, à ventilação mecânica e até mesmo ao óbito. Crianças, idosos e pessoas com comorbidades correm maior risco.
No início do mês de maio, o estado de Minas Gerais e as cidades de Florianópolis (SC) e Campo Grande (MS) decretaram emergência por conta do aumento de registros de SRAG. Essa medida permite que os órgãos adotem medidas administrativas imediatas para tentar frear a aceleração do número de casos e diminuir seu impacto. Mas a causa do problema também precisa ser abordada.
A alta incidência dos casos de SRAG está vinculada a diversos fatores. É comum que, durante as estações do outono e do inverno, ocorra o aumento na circulação de vírus respiratórios, que se proliferam com mais facilidade em ambientes secos e com temperaturas mais baixas.
É o caso dos vírus que têm sido mais relacionados à síndrome nas últimas notificações, sendo eles principalmente os causadores da Covid (Sars-Cov-2) e gripe (Influenza), além do rinovírus e do VSR (Vírus Sincicial Respiratório), responsáveis respectivamente pelos resfriados e bronquiolite. São velhos conhecidos da população, que continuam a circular e a causar contaminações, a maioria assintomática ou pouco sintomática.
Os grupos mais vulneráveis para casos graves que requerem assistência médica ou internação hospitalar incluem crianças de até 2 anos de idade e idosos acima dos 65 anos. Nessa população a evolução dos sintomas pode ser ainda mais rápida, podendo exigir cuidados intensivos. O tratamento pode variar dependendo do agente causador, mas costuma envolver suporte respiratório, hidratação intravenosa e medicamentos antivirais.
A recuperação depende do estado geral de saúde do paciente e da rapidez com que o problema é identificado e o tratamento é iniciado. Quem se lembra do triste período do auge da pandemia de Covid com certeza se recorda do quanto é complicado viver nesta situação, necessitando aparelhos para conseguir respirar.
Há formas de reduzir de maneira drástica as chances de contaminação pelos vírus que circulam e, consequentemente, a incidência de SRAG. São métodos básicos de prevenção para praticamente todas as doenças respiratórias e suas complicações, que devemos lembrar e reforçar para garantir o combate eficiente aos vírus e formas graves de moléstias infecciosas causadas por eles.
O principal de todos, como sempre, é manter atualizada a carteira de vacinação. A campanha de imunização contra a gripe é anual no Brasil e, ao final, costuma ser aberta a todos os públicos aptos a receber a dose protetora. Contra a Covid-19 a vacinação atualmente preconizada pelo Ministério da Saúde é bianual, e em breve passará a ser anual.
Em fevereiro deste ano a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), vinculada ao Ministério da Saúde, recomendou a inclusão do de uma vacina na rede pública para proteger gestantes e seus bebês contra o VRS, em terapia associada a um anticorpo monoclonal.
Além disso, cuidados básicos como lavar as mãos com água e sabão frequentemente, utilizar álcool em gel depois de manusear objetos continuam sendo medidas não farmacológicas importantes. Mas, caso sejam notados sintomas mais graves, como falta de ar ou febre persistente, é essencial buscar orientação médica especializada.
Informações seguras e confiáveis sobre vacinas e prevenção contra formas graves de doenças respiratórias estão disponíveis nos canais oficiais dos órgãos sanitários e na imprensa. Mas muito cuidado com as fake news disseminadas em redes sociais e grupos de Whatsapp. Contra elas, “vacine-se” todos os dias.
