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    Ceron: Governo busca trajetória sustentável da dívida mesmo com juros altos

    Secretário do Tesouro reconhece impacto da Selic na gestão da dívida, mas defende continuidade do ajuste fiscal para garantir estabilidade

    Cristiane Nobertoda CNN , Brasília

    O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou nesta terça-feira (29) que o governo tem se esforçado para garantir uma trajetória sustentável da dívida pública.

    Ao ser questionado sobre as sinalizações do Banco Central em continuar o ritmo de alta da taxa de juros, atualmente em 14,25% ao ano, Ceron disse que a preocupação primária é com uma política fiscal responsável e todo o processo de recuperação fiscal que está ocorrendo.

    Para ele, os números mostram que as contas estão no “melhor resultado fiscal acumulado da década entre os ciclos de governo deste período”.

    O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai manter o aperto monetário na próxima reunião, marcada para os dias 6 e 7 de maio.

    De acordo com Ceron, ha preocupação com a política monetária restritiva porque impacta a gestão da dívida, já que boa parte da dívida pública é atrelada à taxa de juros.

    “Isso é uma característica brasileira que gera alguns problemas, mas faz parte. O BC está fazendo seu papel e cabe a nós fazer o nosso, garantindo que esse processo de recuperação continue”, disse em coletiva de imprensa para comentar os resultados do Tesouro de março.

    Ceron ainda destacou que, quanto antes o Banco Central atingir seus objetivos e flexibilizar a política monetária, os custos da gestão da dívida serão menores.

    “Isso vai evidenciar que a recuperação do primário está gerando mais efeito na estabilização da dívida. Hoje, com esse processo de restrição, o custo da dívida acaba gerando um resultado nominal maior que não reflete totalmente a melhora do resultado primário”, analisou.

    O secretário reforçou a importância da harmonia entre as políticas fiscal e monetária.

    “Se por um lado a política fiscal é fundamental para o BC atingir seus objetivos, ela também se beneficia quando esses objetivos são alcançados e as taxas podem retornar a patamares mais normais” , disse.

    O secretário destacou ainda que o Tesouro está trabalhando para estabilizar o mais rápido possível a trajetória da dívida e recuperar o grau de investimento do país.

    “É um trabalho constante. O que não podemos é retroceder. Se continuarmos melhorando gradualmente, como tem sido nossa estratégia, as coisas vão se acomodando”, afirmou.

    Sobre os próximos passos, Ceron afirmou que o governo manterá o compromisso com o ajuste fiscal, mas reconheceu que o atual nível de juros representa um desafio adicional para a gestão da dívida pública.

    “Estamos monitorando de perto essa situação e trabalhando para minimizar seus impactos, sempre com o objetivo de garantir a sustentabilidade das contas públicas no médio e longo prazos”, concluiu.

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