Ibovespa encerra em queda de 0,46%; dólar fecha estável a R$ 5,27
Principal índice da bolsa terminou o pregão desta quinta cotado aos 114.300 pontos; moeda norte-americana variou positivamente 0,01%
O Ibovespa encerrou em queda de 0,46% nesta quinta-feira (13), cotado aos 114.300,09 pontos. O principal índice da bolsa de valores oscilou ao longo do dia, com os investidores receosos após o resultado da inflação dos EUA, que subiu 0,4% em setembro e veio acima do esperado pelo mercado.
Na véspera, quando os mercados brasileiros estavam fechados, o Fed reforçou o compromisso com o combate à alta dos preços na ata de sua última reunião.
O dado dos preços ao consumidor nos EUA mais altos que o esperado refletiu como mais um indício de que o banco central americano eleve pela 4ª vez consecutiva os juros em 0,75 ponto percentual.
Já o dólar encerrou na estabilidade, variando 0,01% no fechamento, negociado a R$ 5,273. A moeda norte-americana disparou no início dia e chegou a avançar mais de 2%, chegando a ser negociada a R$ 5,38, mas caiu nas horas finais da operação do dia.
Para Leonel Mattos, analista de Mercado da StoneX, o momento de disparada do dólar visto pela manhã foi reflexo claro de dados de inflação dos Estados Unidos.
Quanto mais agressivo é o Fed no aumento dos juros, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, conforme investidores redirecionam capital para o mercado de renda fixa dos EUA.
“Porém, ao longo do dia, em um movimento ainda bastante inexplicado e confuso, o apetite por risco dos investidores foi se restabelecendo”, disse Mattos. “É possível que os investidores tenham encontrado naquele pico (do dólar)… oportunidades de lucro, oportunidades de compra, e foram paulatinamente investindo em ativos arriscados.”
Alguns participantes do mercado também citaram notícias de que o governo britânico estaria considerando mudar seus polêmicos planos de cortes de impostos como um fator de alívio para os mercados globais nesta quinta-feira.
Já Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, acredita que parte da resiliência do real –não apenas nesta quinta-feira, mas no ano como um todo, período em que o dólar cai 5,4% frente à divisa brasileira– reflete fatores domésticos.
“Apostar a favor do dólar contra o real não tem sido fácil”, disse ele à Reuters. “No relativo (a outras economias) a gente não está tão mal, pelo contrário. A gente está revisando o PIB para cima, o juro é alto para caramba, então é uma linha de defesa razoável para nossa moeda.”
A taxa Selic está atualmente em 13,75%, após um ciclo intenso de aperto, tornando o real mais atraente para estratégias de “carry trade”. Estas consistem na tomada de empréstimos em país de juros baixos e aplicação desses recursos em praça mais rentável.
“Os ventos contrários (externos) não parecem tanta novidade. Uma das pontas soltas que eu acho que a gente tem que entender e pode ter repercussões negativas para nosso câmbio é a definição da próxima regra fiscal que o Brasil vai viver”, disse o economista.
Na última sessão, na terça-feira (11), o dólar negociado no mercado interbancário fechou em alta de 1,55%, a R$ 5,2724, maior valorização diária desde 26 de setembro (+2,50%) e cotação de encerramento mais alta desde o último dia 30 (R$ 5,3941).
O Banco Central realizou nesta sessão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de novembro de 2022.
Inflação EUA
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos subiu 0,4% em setembro após subir 0,1% em agosto, divulgou o Bureau of Labor Statistics nesta quinta-feira (13). Nos últimos 12 meses, o índice acumulado subiu para 8,2%. Na comparação anual, o índice mostrou leve desaceleração em relação aos 8,3% registrados em agosto.
O aumento mensal veio acima da expectativa do mercado, de 0,2%, segundo pesquisa da Reuters. Na comparação anual, a previsão era de alta de 8,1%.
Vale ressaltar que a inflação ainda se encontra muito acima da meta de 2% do Fed. Ao mesmo tempo, os preços continuam a ser pressionados pelo sólido crescimento no mercado de trabalho.
A autoridade monetária vem elevando a taxa básica de juros da economia norte-americana desde março, quando os juros estavam perto de zero, para a faixa atual de 3% a 3,25%. Agora, a expectativa do mercado cai sobre o aumento dos juros na próxima reunião do Fomc, no dia 2 de novembro.
Sobe e desce da B3
Veja os principais destaques do pregão desta segunda-feira:
Maiores altas
- Braskem (BRKM5): 11,97%
- Minerva (BEEF3): 6,64%
- Rumo (RAIL3): 4,05%
- Petrobras (PETR3): 3,13%
- Petrobras (PETR4): 2,85%
Maiores baixas
- Americanas (AMER3): 7,34%
- CSN Mineração (CMIN3): 5,56%
- MRV (MRVE3): 5,13%
- Embraer (EMBR3): 4,84%
- Magazine Luiza (MGLU3): 4,84%