Ibovespa encerra em queda de mais de 2% e dólar vai a R$ 5,25 com aversão a risco
Principal índice da bolsa brasileira foi aos 111.716 pontos; apesar da alta de 2,60% nesta sexta-feira, moeda norte-americana acumula queda de 0,24% na semana
O Ibovespa encerrou esta sexta-feira (23) em queda de 2,06%, aos 111.716 pontos, em meio às preocupações do mercado com uma possível recessão econômica global e buscas por ativos mais seguros.
Já o dólar fechou com valorização de 2,59%, cotado a R$ 5,248. Apesar da subida nesta sexta, a moeda norte-americana acumula queda de 0,24% na semana.
As ações ligadas a commodities, como petróleo e minério de ferro, e papeis de companhias aéreas estão entre as principais quedas do Ibovespa. Petrobras, Embraer, Gol e Azul estão entre os destaques negativos do dia; Equatorial descola e encerra em alta de quase 8%.
Os temores de uma recessão global foram alimentados pelos aumentos das taxas de juros no mundo. No Brasil, a taxa básica de juros, a Selic, foi mantida em 13,75% ao ano, com o comitê do Banco Central encerrando o ciclo de alta de juros iniciado em março de 2021.
O comunicado do Copom foi bem recebido pelo mercado, com a autarquia sinalizando que, apesar da manutenção, não está descartada nova alta caso “o processo de desinflação não transcorra como esperado”.
Já nos Estados Unidos, o Fed realizou um novo aumento de 0,75 ponto percentual, para o intervalo entre 3% e 3,25%. Além disso, os dirigentes da autarquia projetam agora uma taxa de juros final em 2022 maior.
A mediana de estimativas para a taxa de juros ao fim de 2022 subiu de 3,4% em junho para 4,4%, indicando altas de juros em magnitudes ainda elevadas neste ano. Após o comunicado do Fed, as apostas em uma nova elevação de 0,75 ponto percentual em novembro ganharam ainda mais força.
Na quinta-feira (22), o dólar recuou 1,12%, a R$ 5,11. Já o Ibovespa teve alta de 1,91%, aos 114.070,48 pontos.
Petróleo em queda
A Petrobras teve as principais quedas deste pregão, com desvalorização de mais de 7% na ação ordinária e de mais de 6% na preferencial. Isso em razão da forte queda do petróleo, que acabou pressionado pelo dólar.
O contrato de petróleo WTI atingiu mínimas desde o início da guerra na Ucrânia. O contrato futuro para novembro fechou em queda de 5,69% (US$ 4,75), em US$ 78,74 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para o mesmo mês recuou 4,76% (US$ 4,31), a US$ 86,15 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na comparação semanal, o WTI caiu 7,10% e o Brent teve baixa de 5,69%.
Equatorial descola
Na contramão do índice, a Equatorial avançou para quase 8% neste pregão, após a compra da distribuidora de energia para o Estado de Goiás da Enel.
O anúncio da negociação foi feito na tarde desta sexta-feira (23) pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que destacou que a venda está ligada ao fato da Enel não prestar um serviço de qualidade.
Temor global
A aversão a risco que fez os principais índices do mercado encerrarem o último dia útil da semana em queda é explicada pelo temor global de recessão, que vem sendo alimentado após os sucessivos aumentos de juros pelos bancos centrais do mundo.
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (21) que elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual. Com isso, ela passa do intervalo de 2,25% a 2,5% ao ano para 3% a 3,25%.
É a quinta alta consecutiva implementada pela autarquia desde o início do ciclo, em março deste ano. Antes disso, os juros estavam no intervalo entre 0% e 0,25%. Os aumentos também são os primeiros desde 2018
As taxas de juros também subiram nesta semana no Reino Unido, Suécia, Suíça e Noruega, entre outros lugares.
O Brasil, por outro lado, teve sua taxa básica de juros inalterada pela primeira vez desde março de 2021, encerrando assim o ciclo de altas do maior aperto monetário da história, que teve início quando a Selic estava em sua mínima histórica, em 2% ao ano.
O aumento dos juros no mundo para tentar conter a inflação gera um processo de contração da economia, o que pode levar a uma recessão. O comunicado do Fed de continuar com sua política monetária mais “hawkish” serviu como alerta para os investidores globais, que passam a procurar ativos mais seguros.
Com os juros maiores nos Estados Unidos, mais investidores tendem a preferir a renda fixa do país vista como um “porto-seguro” dos investimentos. A alta dos juros também favorece o dólar, apesar de prejudicar os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Sobe e desce da B3
Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:
Maiores altas
- Equatorial (EQTL3): 7,75%
- Petz (PETZ3): 4,49%
- Fleury (FLRY3): 3,69%
- Energias BR (ENBR3): 2,77%
- Hypera (HYPE3): 1,98%
Maiores baixas
- Embraer (EMBR3): 7,46%
- Petrobras (PETR3): 7,06%
- Azul (AZUL4): 6,81%
- GOL (GOLL4): 6,44%
- Petrobras (PETR4): 6,26%
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*Com informações da Reuters