Dólar fecha em alta de 1,5%, a R$ 5,28; Ibovespa encerra com leve queda de 0,15%
Resultado foi marcado por mais uma sessão de volume reduzido e incertezas sobre como será o terceiro mandato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O dólar encerrou esta terça-feira (27) em forte alta de 1,5%, cotado a R$ 5,28, em mais um pregão de liquidez reduzida. Esta foi a maior alta percentual diária desde 25 de novembro (+1,8%).
Já o Ibovespa encerrou o dia com variação discreta, em mais uma sessão de volume reduzido, com papéis atrelados a consumo entre as maiores baixas, refletindo incertezas sobre como será o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O índice de referência do mercado brasileiro caiu 0,15%, a 108.578,2 pontos. O volume financeiro somou R$ 19 bilhões, de uma média diária de cerca de R$ 30 bilhões em dezembro.
No cenário local, investidores seguem de olho nas possíveis definições de ministérios de novo governo, com destaque para pasta do Planejamento. Simone Tebet é a principal cotada.
Nesta tarde, o futuro ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a senadora sinaliza que aceitará o convite do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para comandar a pasta. “A gente recebeu sinalização positiva”, afirmou Padilha em entrevista coletiva.
A informação havia sido antecipada pela analista da CNN Raquel Landim. Segundo a apuração, Tebet sinalizou a aliados que aceita assumir o ministério se levar junto a gestão de bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Ou seja, ela aceita assumir um cargo, se assumir um planejamento turbinado.
O mercado gosta do nome de Tebet por considerar que a senadora teria uma visão mais liberal, mais ao cento da economia. Mas há um ceticismo sobre o quanto ela poderia fazer de diferença numa equipe econômica, com nomes políticos e com Lula dando sinais de que vai dar as diretrizes para economia e que deve conduzir a economia de forma mais heterodoxa.
O mercado também repercute hoje levantamento divulgado pela XP que mostra que não é só a ampliação dos gastos com a PEC que deve impactar a inflação em 2023.
A XP destaca que a possível volta de impostos federais sobre os combustíveis pode elevar o IPCA em 0,51 ponto percentual, trazendo a previsão da casa de análise para 5,4% ao ano, acima da previsão do Focus de 5,23%.
Com a isenção dos impostos federais, o governo deixa de arrecadar R$ 54 bilhões para ajudar no financiamento de despesas sociais previstas. A expectativa é que o presidente eleito volte a subir os impostos, segundo análise da XP. Vale destacar que o teto da meta de inflação para o ano que vem é de 4,75%.
*Publicado por Ligia Tuon, com informações de Priscila Yazbek e Reuters.