Ibovespa fecha em alta de 1,34% com expectativa por queda de juros e pauta política no radar; dólar vai a R$ 4,80

Semana será de agenda carregada com a previsão de que o Congresso vote nos próximos dias o novo marco fiscal e reforma tributária, além das leis que alteram o Carf

Da CNN*
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O Ibovespa e o dólar fecharam em alta nesta segunda-feira (3), com investidores dividindo as atenções entre as expectativas de novas quedas nos juros e da inflação e na pauta de votações no Congresso.

Na arena global, o temor de aumento generalizado dos juros nos EUA e na Europa voltou a pressionar o humor dos mercados, em um dia sem parte do referencial de Wall Street com o fechamento adiantado dos mercados norte-americanos à véspera do feriado de 4 de Julho.

Diante destas pressões, o principal indicador da bolsa brasileira fechou a sessão com alta consistente de 1,34%, aos 119.672 pontos. O pregão de sexta-feira (30) encerrou com perda de 0,25%, aos 118.087 pontos.

Apesar do resultado, o Ibovespa teve a maior alta mensal desde novembro de 2020 e o melhor primeiro semestre desde 2019.

Após operar sem direção definida durante, o dólar engatou para cima e fechou com alta de 0,37%, negociado a US$ 4,806.

Além dos mercados fechados nos EUA nesta terça, o movimento reflete as expectativas pelos próximos passos do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), na política monetária.

Na quarta-feira (5), a autoridade divulga a ata do último encontro do colegiado, no dia 14 de junho, que manteve os juros estáveis entre 5% e 5,25%.

Queda dos juros e blue chips impulsionam mercado

O pregão é puxado pela alta de empresas expostas à economia doméstica, reflexo da queda generalizada dos juros por toda a curva após o mercado reforçar as expectativas de baixa da Selic e da inflação neste ano.

Opiniões capturadas pelo Boletim Focus mostraram que as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é 4,98% ao fim de 2023, ante 5,06% há uma semana.

Além disso, o mercado revisou para baixo suas projeções para a taxa básica de juros, a Selic. A previsão passou de 12,25% para 12% ao ano em 2023.

 

Empresas de maior peso, chamadas de "blue chips", também ajudam a sustentar a alta do Ibovespa.

A Vale (VALE3), companhia com maior relevância no pregão, subiu 3,13% após receber autorização para explorar novas áreas em Minas Gerais.

No segmento de metalurgia e siderurgia, Usiminas (USIM5) ganhou 2,55%, enquanto Metalúrgica Gerdau (GOUA4) avançou 3,72%.

A Petrobras também voltou ao campo positivo após afundar no último pregão da semana passada com o anúncio de corte de preços às refinarias para a gasolina e gás de cozinha.

Os papéis preferenciais (PETR4) subiram 1,86%, enquanto os ordinários (PETR3) ganharam 1,72%.

Pauta política

A primeira semana do novo semestre também será de forte movimentação na área política.

Para os próximos dias, estão previstas as votações pelo Congresso do novo marco fiscal e reforma tributária, além das leis que alteram o Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).

A nova âncora fiscal já foi aprovada pelas duas Casas, porém, com as alterações propostas pelos senadores, o texto deve passar por nova votação na Câmara.

Já a reforma tributária deve entrar na pauta dos deputados em meio às negociações com entidades de classe, prefeitos e governadores.

*Com informações da Reuters

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