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    Brasileiros investiram R$ 5 trilhões em 2022, diz relatório da Anbima

    Resultado significa uma alta de quase 12%, puxado principalmente por produtos de renda fixa, como CDBs, LCIs e LCAs

    Diego Mendesda CNN , São Paulo

    O volume financeiro investido por pessoas físicas no Brasil atingiu um total de R$ 5 trilhões em 2022. O resultado representa uma alta de 11,7% em relação aos R$ 4,5 trilhões registrados em 2021, segundo relatório divulgado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) na quinta-feira (9).

    Esse montante engloba os segmentos de varejo, varejo alta renda e private das instituições financeiras.

    Segundo o balanço, a alta foi puxada, principalmente, pela aplicação em produtos de renda fixa, como CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, respectivamente).

    Segundo Ademir Correa Junior, presidente do Fórum de Distribuição da ANBIMA, neste cenário de inflação e alta taxa de juros, é natural que os investidores aloquem seus recursos em produtos mais conservadores e com isenção de Imposto de Renda.

    Com 143,6 milhões de contas (não corresponde ao total de CPFs, já que cada pessoa pode ter mais de uma conta em mais de uma instituição), o varejo foi o responsável por R$ 3,1 trilhões do volume financeiro investido pelos brasileiros.

    A participação do varejo tradicional subiu 13,3% no ano, chegando a R$ 1,7 trilhão. Já o volume investido no alta renda responde por R$ 1,4 trilhão, um crescimento de 16,2% em relação a 2021.

    Já o private, que abrange clientes com no mínimo R$ 3 milhões em investimentos, cresceu 7,3%, fechando 2022 com R$ 1,9 trilhão aplicados.

    Títulos e valores mobiliários

    Os destaques de 2022 ficaram com os títulos e valores imobiliários, com um total de R$ 2,4 trilhões, alta de 25,8% em relação ao fechamento do ano anterior, ampliando sua participação no mercado de 42% para 47%.

    Os fundos de investimento fecharam com R$ 1,5 bilhão (30%) do total investido, aumento de 4,2% em relação a 2021. As aplicações em previdência, no private, atingiram o patamar de R$ 187,3 bilhões, alta de 11,5%.

    Na contramão, o investimento queridinho do brasileiro, a poupança, que responde por 18% da indústria, perdeu 4% dos recursos e fechou o ano com R$ 949,3 bilhões.

    “O endividamento das famílias, que bateu recorde em 2022, fez muitos investidores retirarem dinheiro da poupança para pagar dívidas. Outro fator que contribuiu para o resultado foi o fim do pagamento do auxílio emergencial”, afirma Correa Junior.

    Em relação aos títulos e valores mobiliários, os CDBs lideraram o volume de investimento, fechando o ano com R$ 715,9 bilhões, alta de 25,5% em relação a 2021. As LCAs tiveram ganho de 76%, chegando a R$ 317,6 bilhões, e as LCIs subiram 67,6%, totalizando R$ 217,2 bilhões.

    Na outra ponta, o volume financeiro aplicado em ações caiu 4,2%, fechando em R$ 619 bilhões, impactando na participação destes ativos na indústria: de 34,2% em dezembro de 2021 para 26% no fechamento do ano passado.

    A queda foi impactada, principalmente, pelo private, que conta com clientes com maiores quantias alocadas nesses produtos. O produto no segmento teve retração de R$ 23,9 bilhões, ou seja, queda de 5,3%, enquanto o varejo marcou redução de R$ 3,4 bilhões — 1,7%.

    Fundos de renda fixa

    A classe de renda fixa liderou as aplicações, com alta de 12,9% em relação a 2021, totalizando R$ 512,1 bilhões. Isentos de imposto de renda, os fundos imobiliários cresceram 14,1%, aumentando a participação para R$ 92,3 bilhões.

    Já os fundos de ações cresceram 3,5%, somando R$ 224,4 bilhões em volume aplicado no ano.

    Em multimercados houve queda de 2,1% na comparação com 2021, encerrando o ano com R$ 672,2 bilhões.

    Localidades

    Embora o Sudeste responda por 67,5% (R$ 3,4 trilhões) de todo o volume aplicado entre as regiões brasileiras, o Centro-Oeste e Nordeste tiveram destaque em 2022, registrando altas de 15,2% e 14,1%, respectivamente. O volume financeiro aplicado no Centro-Oeste chegou a R$ 259 bilhões, enquanto no Nordeste, foi de R$ 435 bilhões.

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