Lula volta a criticar Selic alta e defende investimento: "Gasto é usar 13,75% do produzido para pagar juros"

Em universidade no ABC, presidente afirmou ainda que governo "correu risco" de não aprovar medida provisória que estruturou ministérios

Danilo Moliterno, da CNN, São Paulo
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu investimentos públicos e voltou a criticar o patamar da taxa Selic nesta sexta-feira (2). Ele participou de um evento na Universidade Federal do ABC (UFABC).

“Aí vai fazer uma creche, dizem que é gasto; vai fazer uma escola profissional, dizem que é gasto. Tudo é gasto? Temos que tratar tudo isso como investimento", disse.

"Gasto é a gente pagar 13,75% de juros ao sistema financeiro deste país. Isso é gasto: o governo converter, de tudo que ele produz, 13,75% ao ano para pagar de juros. O restante é investimento”, completou.

No momento em que o petista criticou o patamar da taxa básica de juros — em 13,75% ao ano desde agosto de 2022 —, os estudantes que acompanhavam o evento entoaram criticas ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Em sua fala, o presidente ainda afirmou que a aprovação da Medida Provisória (MP) que estruturou os ministérios de sua gestão "correu risco". Ele defendeu que, para governar, é preciso "conversar" com setores que não apoiaram sua eleição.

"É importante vocês saberem a correlação de forças no Congresso Nacional. A esquerda toda tem no máximo 136 votos. Para votar uma coisa simples, precisamos de 257. Para aprovar uma emenda, é maior ainda o número. Você tem que conversar com quem não gosta da gente, com quem não votou na gente', disse.

"Ontem, a gente corria o risco de não ter aprovado o sistema de organização do governo que nós fizemos", concluiu.

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