Após sequência de quedas, dólar sobe a R$ 4,90 com EUA no radar; Ibovespa recua
Queda nos preços do petróleo impacta papéis da Petrobras; em Brasília, reforma tributária segue no foco dos investidores
Após cinco quedas consecutivas, o dólar subiu 0,70% nesta quarta-feira (8) e encerrou o dia cotado a R$ 4,90. A moeda americana acompanhou uma piora nos mercados internacionais no fim da tarde, além de ajustes de preços e posições no mercado brasileiro.
Já o Ibovespa caiu 0,08%, aos 119 mil pontos, sem direção clara e acompanhando os índices de Nova York, após discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
Em Wall Street, o Dow Jones perdeu 0,12%, o S&P avançou 0,10% e o Nasdaq subiu 0,06%.
Hoje mais cedo, o presidente do banco central americano, Jerome Powell, fez um discurso, mas não falou sobre os próximos passos da política monetária da maior economia do mundo, o que acabou frustrando os investidores.
A frustração acontece porque muitos esperavam um sinal de Powell de que os juros poderiam começar a cair nos estados unidos no primeiro semestre, mas o sinal não veio, e na dúvida, os agentes financeiros ficaram mais cautelosos nos negócios, vendendo ações e comprando dólar.
Por aqui, a pressão negativa acontece também por conta da Petrobras, que recuou 2,36% puxada pelo desempenho negativo do petróleo Brent. A commodity caiu 2,54% nesta quarta, com o barril sendo cotado a US$ 79.
Na ponta positiva, as Taxas Médias de Depósitos Interfinanceiros de Um Dia de anos futuros operavam em queda, impulsionando a alta de papéis ligados ao consumo.
Enquanto isso, os investidores seguem de olho na temporada de balanços e na agenda de votações do Congresso.
O grande destaque do dia é a votação da reforma tributária no Plenário do Senado. A PEC já está sendo analisada pelos senadores.
O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, antecipou a sessão em um sinal de que há a intenção de concluir a votação ainda hoje.
Se o texto for aprovado em plenário, ainda vai retornar para à Câmara, por causa das alterações feitas na proposta.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse mais cedo que tem confiança de que a reforma tributária seja promulgada este ano pelo Congresso. Segundo ele, o compromisso do governo é de que o texto tenha neutralidade da carga tributária.
Indicadores
A dívida bruta do Brasil registrou alta em setembro, segundo o Banco Central. O resultado foi impulsionado pelo déficit primário do setor público no período. Em proporção do PIB, a dívida bruta do país fechou o mês em 74,4%, dentro das expectativas da pesquisa Reuters.
A agenda econômica local também está movimentada, com a divulgação de indicadores como o IGP-DI, dados fiscais e vendas do varejo.
O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,51% em outubro, ante elevação de 0,45 no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Já as vendas do varejo cresceram 0,6% em setembro, segundo dados do IBGE. O grupo de hiper e supermercados foi o maior impacto nas vendas do comércio varejista e acumulou alta de 1,6%. Este não foi o único setor que fechou setembro em alta. Neste ano, as vendas no varejo acumulam alta de 1,8%.
A produção industrial brasileira variou 0,1% em setembro cinco dos 15 locais pesquisados fecharam em alta, principalmente o estado do Pará. O maior produtor industrial do país, o estado de São Paulo apresentou queda de 1,1%. E Pernambuco apresentou um recuo de quase 13%. Nos últimos 12 meses, a variação do índice é nula.
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*Com informações de agência Reuters