Totvs, Petrobras: 10 ações recomendadas por corretoras para investir em agosto
Papéis ligados a commodities são os destaques da carteira de agosto do CNN Brasil Business
Com variante Delta, reforma tributária, minireforma ministerial e Bolsa Família no radar, o Ibovespa não teve um bom desempenho em julho. O principal índice acionário do Brasil recuou 3,9% no mês passado.
O primeiro grande evento de agosto está marcado logo para o quarto dia do mês, quando o Banco Central divulga sua decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic.
O mês conta ainda com a volta da CPI da Pandemia, sendo que o depoimento de Ricardo Barros (PP-RP), líder do governo na Câmara, é um dos mais esperados. Também está na agenda o desenrolar da reforma do Imposto de Renda, conduzida pelo deputado Celso Sabino (PSDB-PA).
A carteira
Para se ter uma boa rentabilidade neste mês, casas de análise ouvidas pelo CNN Brasil Business recomendam ações relacionadas a commodities, setor financeiro, varejo e tecnologia.
A aposta em commodities é variada: traz papéis ligados a minério de ferro, petróleo e papel e celulose. Já o setor financeiro, sempre presente, tem três representantes na carteira de agosto.
Para chegar a esta lista, Santander, Toro Investimentos, Guide, Genial Investimentos, Órama, Investmind, Easynvest e XP sugeriram 10 papéis cada, com peso de 10%.
BR Partners (BRBI11), Lojas Renner (LREN3) e Ambev (ABEV3) também receberam duas recomendações, mas Klabin e Totvs entraram na lista por já estarem na carteira anterior, de julho.
Vale
Ação: VALE3
Comentário: Matheus Pacheco, analista de Research da Órama Investimentos
Acreditamos que a retomada das economias globais resultará em um novo superciclo de commodities, especialmente no minério de ferro, principalmente em países como a China. Além da citada retomada, vemos no horizonte estímulos vindo para reforma de infraestrutura nas economias desenvolvidas, o que vai aumentar a demanda por minério no futuro.
Esse crescimento de demanda tem impactado de forma significativa os preços da commodity e, consequentemente, beneficiado as mineradoras de forma geral. A companhia possui algumas plantas que estão paradas e assim, mesmo que a demanda por minério aumente, será possível honrar os pedidos sem grandes problemas. Seu robusto pagamento de dividendos semestrais é um grande atrativo e uma forma de balancear nossa carteira de investimentos com uma empresa bastante sólida.
Bradesco
Ação: BBDC4
Comentário: Lucas Marins, analista de equities da Investmind
O Bradesco é a nossa escolha entre os grandes bancos privados, principalmente pelo perfil da sua carteira de crédito e pelo potencial de melhora na eficiência de suas operações.
Para esse ano de 2021, vislumbramos um aumento da carteira acima do mercado e uma relevante redução das despesas operacionais. Além disso, devido ao crescimento da carteira de crédito de pessoas físicas, o banco deve se beneficiar de uma retomada da economia e da redução do desemprego.
Da mesma maneira que praticamente todo o setor bancário, o Bradesco também deverá apresentar reversão de provisões e um maior controle dessas despesas em 2021, que devem resultar em lucros no patamar do período pré-pandemia. Apesar das medidas propostas pela reforma tributária, ainda acreditamos no forte potencial de distribuição de dividendos do banco.
Assim, vemos o investimento nas ações do Bradesco com bom potencial, uma vez que enxergamos o papel bem posicionado no setor e com boas perspectivas de apreciação nos próximos anos.
BTG Pactual
Ação: BPAC11
Comentário: José Falcão Castro, analista de investimentos da Easynvest
Investir no banco BTG Pactual é uma forma direta de se expor ao “financial deepening” (processo de inclusão de investidores pessoas físicas a produtos mais sofisticados do mercado financeiro), conforme observamos o crescimento da B3 em 2020 que dobrou o número de investidores na bolsa brasileira em busca de diversificação e melhores retornos em um momento de juros historicamente baixos.
Além disso, o banco se beneficia diretamente da expansão do mercado de capitais brasileiro, que apesar da crise que a pandemia causou, houve um grande aumento de IPOs e emissões de ações por parte de companhias em busca de recursos para investir. Apesar de ser um banco de investimentos tradicional e reconhecido no meio institucional e de gestão de patrimônio e alta renda, o BTG está se reinventando e ganhando cada vez mais espaço no segmento de varejo.
Weg
Ação: WEGE3
Comentário: Rafael Panonko, analista-chefe da Toro Investimentos
A WEG entregou no segundo trimestre sólidos resultados, apresentando números melhores do que o esperado. Apesar do crescente aumento nos custos de matéria-prima, a empresa conseguiu manter boas margens mostrando boa capacidade de repassar preços ao consumidor final.
O destaque ficou para o crescimento dos negócios de ciclo curto, nas áreas de motores comerciais, equipamentos eletrônicos e geração solar distribuída. A empresa reportou um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão, aumento de 120,6% contra o mesmo período do ano passado, sendo impactado positivamente pelo reconhecimento dos créditos tributários referentes à exclusão do ICMS da base de cálculo PIS e Cofins.
Acreditamos que os produtos de ciclo curto têm espaço para um maior crescimento, puxados pela recuperação da economia global, trazendo bons resultados para a empresa. Recomendamos comprar o ativo no mês de agosto.
Petrobras
Ação: PETR4
Comentário: Lucas Marins, analista de equities da Investmind
Atuando de maneira monopolista na produção e refino de petróleo no Brasil, a Petrobras apresenta uma forte geração de caixa e um portfólio diversificado em geografia e clientes, o que a torna bastante resiliente.
Em conjunto com a perspectiva positiva para o aumento do consumo de petróleo e seus derivados no atual período de retomada econômica, vemos um potencial de valorização para os papéis da companhia, indicando a compra de PETR4 para o mês de agosto.
Rede D’Or
Ação: RDOR3
Comentário: Equipe de Research da XP Investimentos
Atribuímos o desempenho ligeiramente positivo da ação em julho ao medo de uma terceira onda de Covid-19 devido à variante Delta e, portanto, uma possível pressão de curto prazo nos resultados se a recuperação de procedimentos eletivos for afetada.
Vemos essa preocupação como momentânea e mantemos nossa visão positiva para a empresa, uma vez que deve apresentar sólidos resultados, com indicadores financeiros e operacionais positivos. Além disso, vem entregando uma agenda de M&A ativa, com valuations disciplinados e pode ultrapassar nossa estimativa de 1 mil leitos adquiridos para 2021.
B3
Ação: B3SA3
Comentário: José Falcão Castro, analista de investimentos da Easynvest
No ano passado, o mercado de capitais no Brasil passou por um momento inédito que combinou volatilidade gerada pelas incertezas que acompanham a crise atual a um cenário de taxas de juros em patamares historicamente baixos. Tal dinâmica teve como efeito uma busca por parte dos investidores, principalmente os locais, por diversificação de seus portfólios além dos tradicionais títulos públicos.
Este movimento surpreendente foi evidenciado pelo crescimento dos volumes negociados nos principais mercados de atuação da bolsa brasileira. O vigor dessa demanda encorajou empresas a retomarem seus planos de captação de recursos, tanto no mercado de dívida quanto de ações, onde vimos o pipeline de IPOs e follow-ons voltar a crescer.
A B3 é a única bolsa de valores, mercadorias e futuros que opera no Brasil e é a maior depositária de títulos de renda fixa na América Latina, reinando sozinha em um mercado de grande potencial de crescimento.
Multiplan
Ação: MULT3
Comentário: Equipe de Research da XP Investimentos
Em nossa visão, as ações da Multiplan foram positivamente impactadas após a publicação dos resultados do segundo trimestre. A Multiplan reportou resultado operacional positivo, com destaque para a receita de aluguel de shoppings e vendas dos lojistas se aproximando aos patamares pré-pandemia, bem como a forte atividade de locação. Isso indica uma sólida demanda por shoppings dominantes e de alta qualidade. Assim, reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 29,50.
Klabin
Ação: KLBN11
Comentário: Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos
No cenário atual, a empresa tem se beneficiado em todos os seus segmentos: embalagem para alimentos e bebidas, tissue (papel higiênico e lenços de papel) e caixas de papelão para transporte dos produtos no e-commerce. Os volumes crescentes nas vendas, tanto de papel quanto de celulose, demonstram este cenário positivo.
Gostamos do modelo de negócio da companhia, que é integrado, flexível e diversificado, gerando uma grande vantagem competitiva. Além disso, cerca de 50% das vendas da companhia são voltadas ao mercado externo, enquanto apenas 7% de seus custos são em dólar, gerando ganhos significativos no cenário atual de câmbio depreciado.
Por fim, a Klabin adquiriu recentemente o negócio de papéis para embalagens e papelão ondulado da International Paper, o que reforça o compromisso da compnhia com o setor de embalagens e também com a geração de valor para seus acionistas. O outro foco para o ano de 2021 é o projeto Puma II, que tornará a Klabin a terceira maior vendedora de Kraftliner no mundo.
Totvs
Ação: TOTS3
Comentário: José Falcão Castro, analista de investimentos da Easynvest
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