Veja os fundos imobiliários recomendados por analistas para investir em março
Carteira de março tem CTPS11 na liderança, seguido por KNCR11, HGRU11 e PVBI11, empatados em recomendações
Os desafios macroeconômicos para os fundos imobiliários se mantêm para o mês de março, de acordo com analistas do setor.
No cenário doméstico, o mercado redobra atenções quanto à trajetória da taxa Selic, alvo de críticas do governo federal; no internacional, os olhos se voltam à taxa de juros da economia norte-americana, com sinalizações de condução mais rígida da política monetária pelo Federal Reserve System (Fed, o banco central dos Estados Unidos).
Assim, a expectativa é que os FIIs enfrentem alguma dificuldade no processo de retomada nos próximos meses, e a dica é manter um pé nos fundos de longo prazo.
Neste mês, o CTPS11 manteve posição de liderança e é, sozinho, o ativo mais recomendado. Na sequência, KNCR11 aparece com o mesmo número de recomendações em relação ao mês de fevereiro, empatado com HGRU11 e PVBI11.
Veja a lista completa abaixo
Para a composição da carteira foram listadas as indicações de alguns dos principais bancos e corretoras de investimentos do Brasil. São eles: BTG, Warren, XP, Ativa, Guide, Órama e Terra.
Destaques
Capitânia Securities II
Ação: CPTS11
Comentário: BTG
O CPTS11 este encerrou o mês com alta de 2,47%. Sem grandes novidades em seu book de CRIs, a gestão destacou que pretende melhorar a relação risco versus retorno de suas operações e a taxa média de aquisição de sua carteira por meio do investimento em CRIs de perfil high grade e da reciclagem do portfólio.
Já em sua carteira de FIIs, o fundo anunciou a alocação de R$ 6,6 milhões, sendo R$ 4 milhões em VXXV11 e R$ 1,6 milhão em SARE11. Do lado das vendas, o fundo realizou um desinvestimento de R$ 6 milhões em TSER11 e R$ 4 milhões em GTLG11.
Segundo a gestão, o resultado recorrente dos CRIs da carteira está retomando a média histórica, ao passo que sua exposição em FIIs foi negativamente impactada pelo cenário de abertura da curva de juros.
Contudo, seguimos confiantes em nossa tese de CPTS11 e entendemos que o momento é oportuno para alocações em ativos com exposição ao IPCA, uma vez que, no patamar de preço atual, o CPTS11 apresenta taxa líquida muito atrativa de IPCA + 9,0% ao ano.
Kinea Rendimentos Imobiliários
Ação: KNCR11
Comentário: XP
A carteira indexada ao CDI tem yield médio de 2,52%, com prazo médio de 5,9 anos, enquanto a pequena parte da carteira indexada ao IPCA tem yield médio de 8,37% e prazo médio de 4,0 anos. O fundo é, portanto, majoritariamente alocado em títulos pós-fixados, e tende a se beneficiar com o momento atual de taxas de juros no final do ciclo de alta e inflação em tendência de queda.
O fundo também informa possuir atualmente 7,1% de exposição de seu PL em operações compromissadas reversas lastreadas nos CRIs de seu portfólio, usadas para trazer flexibilidade ao fundo para novas alocações.
Em janeiro de 2022, o fundo realizou investimentos em CRIs no montante de 35,5 milhões. Com isso, o portfólio do fundo possui atualmente 69 CRIs, com boa diversificação setorial: 56,2% no setor de escritórios, 27,1% em shoppings, 12,9% no setor residencial e 3,8% no setor logístico.
Apesar do maior peso no setor de escritórios, a maioria desses CRIs são baseados em imóveis de alto padrão nos estados de SP e RJ, mitigando os riscos do setor. Os certificados de recebíveis imobiliários apresentam em sua maior parte caráter mais “high grade”, ou seja, títulos com devedores que apresentam menor risco de crédito.
Além disso, o fundo apresentou uma das menores volatilidades do segmento de FIIs de recebíveis nos últimos 12 meses, porém o maior retorno desse grupo durante o mesmo período.
Acreditamos que o fundo está posicionado com um portfólio que deve lhe trazer níveis favoráveis de rendimentos durante o atual período de altas taxas de juros, com patamar relativamente menor de risco de crédito e risco de mercado quando comparado aos seus pares.
VBI Prime Properties
Ação: PVBI11
Comentário: BTG
O VBI Prime Properties é um fundo de lajes corporativas que visa obter renda e ganho de capital por meio do investimento em edifícios de altas especificações técnicas (AAA) localizados em regiões premium de São Paulo.
Mesmo diante de um cenário de curto prazo desafiador para o segmento de lajes corporativas, entendemos que os ativos localizados em regiões prime deverão ter bom desempenho em virtude do baixo nível de vacância e número de lançamentos previstos.
Nossa recomendação para o VBI Prime Properties está pautada nos seguintes fundamentos: (i) um dos melhores portfólios de imóveis corporativos do mercado de FIIs; (ii) ativos localizados em regiões resilientes (Jardins e Av. Faria Lima); (ii) locatários de excelente qualidade e com situação de crédito adequada; (iii) possibilidade de ganhos adicionais por meio da venda de ativos; (iv) alta liquidez; e (v) excelente equipe de gestão.
CSHG Renda Urbana
Ação: HGRU11
Comentário: XP
O fundo possui um portfólio com ativos resilientes, como os do segmento de supermercados, alta concentração em contratos atípicos (80,9% da receita contratada), vencimentos 100% concentrados após 2025 e inquilinos com boa qualidade de crédito (como Lojas BIG, Pernambucanas, YDUQS).
Como informado no relatório de janeiro, o time de gestão realizou a venda de 19 ativos, que totalizam o valor de aproximadamente R$ 168 milhões. Desde o início da implementação dessa estratégia, o Fundo se comprometeu a vender R$ 150 milhões ou mais em ativos.
No dia 2 de janeiro, o fundo informou mais uma venda de um imóvel em Goioerê – PR, pelo valor de R$ 3.975.384,63. O preço de venda do imóvel é 37% superior ao valor investido, 24% superior ao valor de laudo do imóvel em 2022.
Com isso, a compradora passa a fazer jus ao aluguel mensal deste imóvel, impactando os dividendos mensais em aproximadamente R$ 0,001/cota. Ainda, em fevereiro, o Fundo firmou o Termo de Fechamento e outros contratos correlatos por meio do qual concluiu a cessão dos direitos aquisitivos da loja localizada na Rodovia Governador Mário Covas, o qual o time de gestão espera um lucro em regime de caixa correspondente ao Preço de Cessão, descontados os custos de transação incorridos, somando então o valor de R$ 15.518.308,71, equivalente a aproximadamente R$ 0,84/cota.
Avaliamos que o fundo detém bons ativos, com contratos de aluguel a preços favoráveis e prazos longos, trazendo boa previsibilidade para as receitas do fundo. Acreditamos também que a gestora vem obtendo sucesso com seu processo de reciclagem do portfólio, conseguindo negociar bons preços para seus ativos.