Levy defende disciplina fiscal e Berriel destaca contingenciamento em BH

Economistas falaram no 3º Seminário de Investimentos, Riscos e Compliance da Fundação Libertas realizado na capital mineira

Daniela Mallmann, da CNN
3º Seminário de Investimentos, Riscos e Compliance da Fundação Libertas  • Daniela Mallmann/CNN
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Enquanto o governo federal discute a possibilidade de mudar a meta fiscal em 2024, economistas reunidos em Belo Horizonte mostraram que a discussão deveria ser outra.

Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda, defendeu disciplina nos gastos. Bruno Funchal, CEO do Bradesco Asset, lembrou da qualidade das despesas. Tiago Berriel, sócio e estrategista-chefe do BTG Pactual Asset, lembrou da possibilidade de se fazer cortes de gastos.

Os três economistas falaram no 3º Seminário de Investimentos, Riscos e Compliance da Fundação Libertas realizado na capital mineira.

O ex-ministro Joaquim Levy defendeu que o mais importante na questão fiscal é garantir que os gastos públicos sejam de qualidade.

“É preciso ter disciplina para enfrentar os desafios fiscais, sem deixar de dialogar com a sociedade. Para isso é preciso crescer pelo menos 2,5% ao ano. Vamos fazer isso pelo setor privado e por isso temos que criar condições para que o setor privado consiga ser eficiente. A aprovação da reforma tributária é fundamental para isso. Temos talentos, recursos naturais e precisamos criar condições para o setor privado crescer”, disse.

Bruno Funchal, CEO do Bradesco Asset, avalia que melhorar a qualidade dos gastos é o grande desafio.

“Temos avançado em pontos importantes, como o novo arcabouço fiscal e a aprovação da reforma tributária. Um modelo tributário mais simples trará um ganho de produtividade muito grande e, assim, acaba refletindo na questão fiscal”, avaliou.

Já Tiago Berriel, sócio e economista chefe do BTG Pactual Asset, destacou que é preciso lembrar da possibilidade de cortar gastos.

“Para mim, não é certo que o governo conseguirá aumentar a arrecadação e não há disposição para fazer contingenciamentos. Assim, corremos o risco de ficar sem uma âncora fiscal. É preciso questionar o quão sólido são os pilares do arcabouço fiscal – a regra de gastos e meta de crescimento primário”, pontuou.

Segundo o presidente da Libertas, Lucas Nóbrega, “o seminário, pelo momento em que ocorre, ajudará a construir políticas de investimentos de 2024 mais assertivas, com visão precisa do cenário econômico para definir os investimentos que serão feitos ao longo dos próximos anos”.
Integridade no Futebol

Outro painel aguardado foi de Integridade e Ética no futebol, com a presença de Dower Araújo, CEO do América Futebol Clube; Tiago Fantini, conselheiro de administração do Cruzeiro, e o gerente de Compliance do Clube Atlético Mineiro, Fernando Monfardini.

"A gente fala muito sobre a questão de novos investimentos, o clube crescendo, mas a gente precisa ter um olhar além. Não é só uma questão de investimento que o investidor está procurando, é uma questão de assumir um papel histórico, social ou técnico”, disse Monfardini.

O 3º Seminário de Investimentos, Riscos e Compliance da Fundação Libertas continua nesta quinta-feira (9) e vai abordar temas como tendências para investidores do cenário global e nacional e a Agenda ESG no mercado financeiro

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