40% das empresas brasileiras são dirigidas por mulheres, aponta pesquisa
Levantamento da Serasa Experian mostra ainda que a grande maioria das empreendedoras - 84,7% - administra sozinha os negócios
Pesquisa inédita divulgada pela Serasa Experian nesta quarta-feira (23) mostra que das 20,6 milhões de empresas ativas no Brasil, 8,4 milhões são chefiadas por mulheres – o que representa 40,5% dos empresários no país. Dessas, a grande maioria, 84,7%, administra negócio sozinha, sem sócios. Entre os empreendedores homens, esse percentual é de 77,4%.
O levantamento, “O perfil da empreendedora brasileira”, revela ainda que as mulheres começam a empreender mais cedo: 36,3% têm entre 20 e 39 anos, enquanto os empreendedores nessa faixa etária somam 32,1%. No grupo da terceira idade, as mulheres também empreendem mais que os homens, sendo 20,4% contra 16,1%.
Entre os negócios com até dois anos de atuação, 17,2% são liderados por empreendedoras e 14,2% por empreendedores. Entra as empresas com três a cinco anos de atividade, as mulheres também têm maior presença que homens, sendo 28,8% e 25,3% respectivamente. Contudo, nas empresas com mais de cinco anos de criação, 60% são comandadas por homens e 53,9% por mulheres.
De acordo com a Serasa Experian, cerca de 29% dos negócios não sobrevivem mais de cinco anos no Brasil. “O pilar essencial para reverter essa realidade é investir na saúde financeira. Isso significa dar mais acesso à informação, linhas de crédito e, principalmente educação para um desenvolvimento sustentável. Especificamente sobre a presença feminina no setor, é imprescindível que possamos fomentar a capacitação para que cada vez mais mulheres tenham a oportunidade de se preparar para ocuparem esses lugares”, diz Cleber Genero, vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas da Serasa Experian.
O acesso ao crédito citado por Genero é um dos principais desafios. Apesar de a maioria das mulheres apresentarem menores chances de inadimplência como Pessoa Física (PF), o cenário inverte no caso de Pessoa Jurídica (PJ).
“O que a gente observa é que embora o hábito de monitoramento do escore PF já seja um hábito do brasileiro, o mesmo não ocorre quando ele tem uma empresa e um escore PJ. Muitas misturam as finanças pessoais com as do negócio. Além disso, elas não possuem o hábito de construir um histórico de capacidade de pagamento do negócio e não monitoram o escore do sócio”, analisa Genero.
A pesquisa da Serasa Experian mostra ainda que a atividade que as mulheres atuam com mais frequência é no comércio de confecções em geral, seguido por serviços. E a região que mais concentra negócios liderados por mulheres é a Sudeste (51,1%), seguida pela Nordeste (17,9%), Sul (17,4%), Centro-Oeste (9,1%) e Norte (4,4%).
Na análise das Unidades Federativas (UFs) é em São Paulo (27,8%) que estão a maior parte dos empreendimentos femininos, depois vem Rio de Janeiro (10,6%), Minas Gerais (10,3%) e Paraná (6,6%).