Análise: ninguém sabe o que será do IOF
Thais Herédia, analista de economia do CNN Money, comenta sobre as mudanças do Imposto sobre Operações Financeiras anunciadas pelo governo federal
A preocupação de diversos setores da economia com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) continua na pauta do mercado, sobretudo com o impacto na medida no crédito.
Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse que as mudanças anunciadas pelo governo federal podem aumentar o custo efetivo do crédito em até 40%, gerando um impacto "severo".
Em análise ao CNN Money nesta quarta-feira (28), a analista de economia Thais Herédia destacou que o varejo está preocupado, especialmente negócios de pequeno e médio porte.
"Essa turma faz capital de giro a cada dois ou três meses. Cada operação, um IOF. Isso vai acumulando, e no final do ano o custo efetivo que essa turma vai pagar de imposto sobre as operações de crédito pode inviabilizar o negócio", avaliou Herédia.
A analista afirma que as empresas que ficam no meio do setor produtivo pagarão conta do aumento do IOF, e por isso os bancos tentam mostrar a "severidade" da medida ao governo.
"A severidade da situação é o governo não ter noção disso antes de lançar a medida. Isso, para mim, é o mais assustador", pontuou Herédia, afirmando que o crédito é o combustível para a economia.
Assim, a analista avalia que o momento é de esperar para entender qual será o equilíbrio que a equipe econômica vai tentar encontrar para "lidar com a confusão que ela mesma criou na relação com a Casa Civil e como vai lidar com a pressão do Congresso Nacional".


