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Aneel coloca dúvida sobre leilão de R$1 bi de passivos de GSF

Questionamentos sobre parâmetro-chave para a realização do leilão marcado para sexta-feira (1º) foram levantados

Reuters
  • 26/02/2010REUTERS/Jorge Silva
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Diretores da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) levantaram dúvidas nesta terça-feira (29) sobre um parâmetro-chave para a realização do leilão marcado para sexta-feira (1°) para solucionar o passivo de R$ 1 bilhão relacionado ao risco hidrológico (GSF) no mercado de curto prazo de energia.

Durante discussão de um processo sobre o leilão nesta terça-feira (29), o diretor Fernando Mosna terminou por pedir vistas, após sugerir que a Aneel pedisse ao governo a suspensão do leilão.

Para o diretor, há incerteza sobre a taxa de desconto (WACC) a ser utilizada futuramente pela Aneel para calcular a extensão das outorgas de usinas hidrelétricas vencedoras do certame.

Segundo Mosna, conforme comandos do Ministério de Minas e Energia, há duas possibilidades de WACC: 9,63%, seguindo a taxa aplicada em casos semelhantes, ou 10,94%, de acordo com portaria específica editada pelo governo para o leilão.

A incerteza sobre o parâmetro é relevante, uma vez que impacta diretamente o benefício que os vencedores do certame terão ao adquirir os títulos de dívidas do GSF, reconheceram os diretores da Aneel.

Não ficou imediatamente claro como isso pode impactar o cronograma do certame.

Marcado para esta sexta-feira (1°), o leilão irá negociar títulos de dívidas do GSF no mercado de curto prazo de energia, que hoje registra cerca de R$ 1 bilhão em valores não pagos, principalmente por pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), em função de uma antiga judicialização do setor.

Grandes empreendedores hidrelétricos poderão comprar esses títulos para quitá-los e, em troca, terão direito a estender a validade de suas concessões de geração por até sete anos.

Embora a Aneel não seja a responsável pela concorrência --que está sob organização da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) --, o regulador tem um papel relevante ao fim do processo, já que fará o cálculo da extensão das outorgas de hidrelétricas.

Segundo analistas do setor elétrico, o leilão era visto como uma importante oportunidade para grandes elétricas com concessões de usinas vencendo nos próximos anos, como Auren, Cemig e Engie.

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