Ativistas de esquerda invadem shopping no Rio por taxação de super-ricos

Segundo MTST, manifestação foi realizada para "escancarar o abismo social entre os espaços de luxo e as periferias abandonadas pelo poder público"

João Nakamura, da CNN, em São Paulo
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O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) do Rio de Janeiro ocupou, nesta quarta-feira (9), o Shopping Leblon, localizado na zona sul da capital fluminense.

Segundo a organização do ato, a manifestação foi pacífica e realizada simbolicamente com o intuito de "escancarar o abismo social entre os espaços de luxo e as periferias abandonadas pelo poder público". Nos cartazes de protesto, liam-se pedidos de "taxação dos bilionários, bancos e bets".

 

A organização do Shopping Leblon descreveu a ação como "pacífica e breve, sem nenhum impacto à operação".

“A classe trabalhadora paga imposto em tudo. Já os bilionários, os bancos e as casas de aposta seguem lucrando sem devolver nada ao povo. O Brasil precisa virar esse jogo: quem tem muito tem que pagar mais”, afirmou o MTST.

“A cidade do Rio de Janeiro é marcada por contrastes violentos. Enquanto famílias lutam para pagar aluguel e comida, uma minoria ostenta privilégios em shoppings de luxo. A taxação dos super-ricos é uma medida urgente de justiça fiscal e reparação histórica”, reforçou o movimento.

Além da taxação dos chamados super-ricos, o movimento também pediu pelo fim da escala de trabalho 6x1 e saiu em defesa da isenção do IR (Imposto de Renda) para quem recebe até R$ 5 mil por mês.

A manifestação ocorre na véspera do "Ato Nacional pela Taxação dos Super-Ricos", que acontece em diversas capitais do país e vem mobilizando uma série de grupos e porta-vozes da esquerda.

Na última quinta-feira (3), ativistas da Frente Povo Sem Medo ocuparam o prédio Faria Lima 3500, sede do Itaú BBA, defendendo as mesmas pautas.

As ações acompanham um contexto de acirramento entre os poderes Executivo e Legislativo em torno do cenário fiscal, após o governo tentar elevar a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) via decreto, que foi posteriormente derrubado pelo Congresso.

A gestão Lula e seus aliados defendem que a medida visava, além da arrecadação, promover justiça tributária.

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